Paulo May
(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)
ADENDO 27/06/17: De tanto que o Jean insistiu, acabei descobrindo que não existe a madeira "GAROPA". Todo esse tempo estávamos referindo-nos - agora com 99% de certeza - à madeira CAROBA. Dessa vez eu vou pegar no pé do Kaiser, porque foi ele quem mencionou o nome errado pra mim quando encomendei a tele de pinho. Não chequei e deu no que deu - quase 3 posts falando "GAROPA". Eu e vocês!! KKK!
Bem, em se tratando de Brasil, o que não falta é sinônimos para madeiras... Parece que cada região gosta de ter seu próprio nome... O Jatobá tem mais de 50 sinônimos... Quem sabe sem querer inventamos um novo para a Caroba? :))
Agora vou ter que editar todos os textos... Trabalhão danado... Se amanhã alguém perceber alguma palavra garopa que não foi trocada por caroba, me avise :)
Conforme prometido no post anterior e já bastante aguardado, o post de hoje tem as opiniões e considerações de dois grandes amigos meus, o Jean Andrade e o (Miguel) Faraco. Ambos excelentes guitarristas, com excelentes equipamentos e, o mais importante - excelentes ouvidos :)
O Faraco toca desde os anos 70 e atualmente, numa banda de cover (dos anos 70, ppte Pink Floyd e Zeppelin) muito famosa no estado, o "IMMIGRANT".
O Jean também tá na ativa com sua banda "VÁLVULA 4". São dois dos poucos amigos que me deixam feliz quando aparecem aqui em casa. Ambos têm equipamentos de dar inveja a qualquer um e, assim como eu e o Oscar, sofrem de GAS (Gear Acquisition Syndrome) incurável, hehehe.
Pois bem, de certa forma eu conheço o gosto deles (Oscar incluído) em relação à timbres e justamente por isso pedi que avaliassem as guitarras. O meu gosto definitivamente não é o padrão, já que eu prefiro guitarras bem "abertas" e dinâmicas e detesto sobras de agudo e graves soltos demais - se eu postasse apenas a minha opinião, contaminaria a conclusão de vocês com um viés muito perigoso, KKK!
A ideia aqui era apenas transcrever a opinião deles e posteriormente eu produziria um vídeo/áudio com uma demos das duas, mas o Jean me enviou dois vídeos que, embora gravados com o celular, dão uma ideia muito aproximada de como elas soam. Acabei incorporando-os ao post, no final.
Vamos às considerações, então:
FARACO
É
complicado fazer uma análise das guitarras pois devido às modificações
não tive muito como comparar, já que as minhas não são hardtail strat. De
qualquer forma, eu fui comparando com as que tenho... Usei o Fender Pro Junior, limpo
e alternando um Ibanez
TS 808 Keeley Mod nas duas guitarras clean e drive low-gain. Usei também o Fender Super Sonic Twin de 100w com
um DG-2 Drive gate da Toptone e SP
Compressor Xotic Effects, clean e drive Hi-Gain.
STRAT HARDTAIL de CAROBA:
É sem duvida um pouco mais brilhante nas frequências médias e agudas mas de maneira nenhuma aquele agudo ardido - estou comparando com as minhas e com o meu gosto - fiquei também impressionado com a clareza das notas nos graves, achei a resposta dinâmica dela bem mais rápida, que é muito bom, deve ser da madeira ou da ponte ou da soma..... Às vezes parece que soa como um híbrido de tele com strat porém com mais definição em comparação com as minhas que são de Ash e Alder.
STRAT HARDTAIL de CAROBA:
É sem duvida um pouco mais brilhante nas frequências médias e agudas mas de maneira nenhuma aquele agudo ardido - estou comparando com as minhas e com o meu gosto - fiquei também impressionado com a clareza das notas nos graves, achei a resposta dinâmica dela bem mais rápida, que é muito bom, deve ser da madeira ou da ponte ou da soma..... Às vezes parece que soa como um híbrido de tele com strat porém com mais definição em comparação com as minhas que são de Ash e Alder.
De qualquer maneira, eu gostei
bastante. Com distorção hi-gain, ela é um pouquinho mais ardida e também
ruidosa, claro, como todas as strats single, aparecendo mais as frequências altas. Achei o timbre muito parecido
com aquela guitarra do meu irmão, a Fender CS 56 Closet Classic (assunto
de um post seu), o que é uma coisa muito boa por sinal...
Agora vamos à TELE de PINHO:
O que posso dizer...... QUERES VENDER? :) ... A Tele é fantástica. Ou as minhas teles são umas merdas ou as cordas delas estão velhas - e olha que eu comecei a dar importância para teles de uns 4 a 5 anos para cá...
Agora vamos à TELE de PINHO:
O que posso dizer...... QUERES VENDER? :) ... A Tele é fantástica. Ou as minhas teles são umas merdas ou as cordas delas estão velhas - e olha que eu comecei a dar importância para teles de uns 4 a 5 anos para cá...
Essa
inversão do captador é muito legal, deixa a corda mi aguda mais na cara e
diminui o peso dos graves nos bordões. Ficou muito bem balanceado e corrige
um defeito da maioria das teles que conheço, inclusive as minhas.
O que
me deixou muito impressionado é também o som
das posições dos captadores, todos, mas principalmente do grave/braço quando
você usa um drive low-gain... Cara, as definições das frequências são
magníficas.
Também achei a resposta dinâmica bem mais rápida do que
as teles que tenho aqui.
Nas distorções pesadas os agudos são mais fechados, como eu gosto, destacando mais as frequências
médias.
De qualquer forma, eu gostei dela em todos os sentidos - desde o
bom gosto da cor, do relic, do visual e principalmente o som.
Abraço!
Faraco.
JEAN ANDRADE
Como fui o último a pegar as guitarras e sabendo da ansiedade dos leitores do blog (inclusive a minha) para conhecer os resultados, fiquei apenas 7 dias com elas, ainda assim sem muito tempo para testá-las adequadamente em diferentes situações. Acabei plugando-as em casa, em volume baixo a médio, em três dias alternados, cerca de 30 minutos cada dia, para tentar chegar a uma conclusão que, por eu não ser um guitarrista tão experiente quanto o Paulo e o Faraco, considero meus “10 centavos” de contribuição das impressões sobre as guitarras.
A primeira coisa que eu tinha em mente ao tentar analisar os sons são as muitas variáveis envolvidas além do corpo da guitarra, como braço, escala, captadores, calibre das cordas etc. Ou seja, tudo isso deve ser considerado antes de “julgar” o tipo de madeira do corpo. Além disso, não tive experiências suficientes para poder falar das outras madeiras nacionais, como cedro, marupá e freijó. As minhas bases para comparação são as Fender Strato e Tele que eu tenho e as que já tive. Especificamente pra esse teste, comparei com uma Tele Fender RI52 de Ash/maple/maple e uma Strato Fender RI62 de Alder/maple/rosewood.
TELE PINHO:
Testei-a comparando com minha Fender Telecaster American Vintage 52, com corpo de Ash e braço e escala em uma peça de maple.
Desligada, a Pinho soou aberta, responsiva e ressonante, porém menos ressonante que a RI52, e também com menos firmeza, definição e sustain. Penso que, além da diferença entre o corpo de pinho e o de ash, isso se deve também à diferença de calibre de cordas (010 na RI52 e 009 na pinho), à escala mais reta (quase 14") e com trastes jumbo na Pinho, em relação à escala curva (7.25") e trastes pequenos da RI52. A Pinho é mais solta e macia, a tocabilidade me pareceu mais próxima à minha Gibson ES-339 do que à Tele RI52.
Plugada, a coisa mudou. Possivelmente pelos captadores escolhidos pelo Paulo, e pela posição invertida do captador da ponte, virou uma Tele roqueira! Apesar de plugada a Pinho continuar sem a mesma definição de cordas nos acordes que a 52 tem, ela apresenta timbres muito interessantes, equilibrados, tanto clean quanto drive/distorção. Não houve nenhuma posição da chave de captadores que não tenha soado bem, sendo que a posição meio (ambos os captadores em paralelo) foi a que pareceu mais com uma tele tradicional.
Plugada, a coisa mudou. Possivelmente pelos captadores escolhidos pelo Paulo, e pela posição invertida do captador da ponte, virou uma Tele roqueira! Apesar de plugada a Pinho continuar sem a mesma definição de cordas nos acordes que a 52 tem, ela apresenta timbres muito interessantes, equilibrados, tanto clean quanto drive/distorção. Não houve nenhuma posição da chave de captadores que não tenha soado bem, sendo que a posição meio (ambos os captadores em paralelo) foi a que pareceu mais com uma tele tradicional.
O captador do braço não soou nada abafado como em algumas teles, sendo tranquilamente utilizado com drives mais fortes sem embolar (embola um pouco com fuzz, o que é normal e às vezes até é o objetivo de quem usa esse pedal). Minha impressão foi como som de captador de braço de uma strato, mas com mais punch. O captador da ponte, um Rosar Vintage Hot T, é rock na veia!!! Afasta-se um pouco da característica tradicional da ponte da tele (country music) e entra na seara do rock’n’roll, sendo que com drive chega a lembrar um P90.
Ou seja, a guitarra é muito versátil, as três posições de captadores muito equilibradas entre si, possivelmente ajudadas pela posição invertida na ponte.
Em conclusão, achei uma ótima Tele, que mantém boa parte da sonoridade clássica, mas com diferenças que a deixaram muito versátil e pronta para o rock! Difícil definir a atuação do corpo de pinho nessa equação, mas ao final minha impressão é que, aos puristas, pode soar um pouco macio pra quem quer um som de tele tradicional, aquele som “apertado” e responsivo. Mas ainda assim conseguiu manter uma boa dose de twang.
STRATO CAROBA:
A Strato é o meu estilo de guitarra preferido, a minha escolha natural na hora de tocar. Já tive várias e me sinto muito mais à vontade para falar desse modelo do que da Tele. Essa guitarra de Caroba (nem sabia que existia essa madeira) realmente me surpreendeu. Primeiro pela leveza... é muito confortável tocar uma strato leve, isso sempre é um dos pontos que eu considero ao adquirir uma. Mas a boa impressão não ficou só quanto ao peso. Ao tocar, percebi que esse corpo parece ser uma ótima opção para a construção de uma boa strato, já que proporciona aquela “intenção” que torna a strato uma guitarra facilmente reconhecível aos ouvidos.
Desplugada, ela tem uma ótima ressonância, definição e sustain (talvez ajudada pelo fato de ser hardtail) e mantém as características típicas das strato de alder e ash com escala de maple. Plugada, com a ajuda dos captadores de baixa saída, me lembrou MUITO uma uma Reedição 72 japonesa que eu tinha até ano passado e gostava muito. Era uma guitarra construída na FujiGen em 1985, com corpo de Ash e braço e escala em peça única de maple, com captadores de saída bem baixa. Essa Strato Garopa soa muito próximo àquela guitarra, com mais graves que as de alder/maple/maple (sem embolar nos drives) e um bom “quack” nas posições intermediárias. Ótima pra emular os sons da Black Strat do Gilmour. Não fosse o fato de ser hardtail (ponte móvel me faz falta na strato) e eu iria encher o saco do Paulo para negociar essa guitarra comigo...hehe.
Em conclusão, sobre as duas guitarras, mesmo eu tendo gostado bastante delas em comparação às Fender RI Americanas, tenho a dizer que não acho justa a comparação entre as guitarras, por suas várias características diferentes, assim como suas diferentes aplicações. No caso específico dessas guitarras testadas, vale aquela velha máxima: “não é melhor nem pior, é diferente”. Nitidamente, consigo perceber situações em que a Tele de Pinho do teste se aplicaria melhor que a Fender Tele RI 52, o mesmo ocorrendo entre a Strato de Garopa em relação à Fender Strato RI 62.
Dessa forma, fiquei feliz em constatar que há bem perto de nós madeiras de boa qualidade e acessíveis para construir ótimas guitarras, com características suficientes para atingir uma sonoridade clássica, sem precisar importar e/ou pagar mais caro por madeiras já consagradas.
Agradeço ao Paulo pela honra de contribuir com o Blog e pela oportunidade de testar as guitarras. Abraços a todos!
Jean Andrade
PS: Equipamento usado pelo Jean:
Amp Fender Deluxe Reverb com falante Jensen 12" de alnico,
Pedais: Strymon Timeline, TS-808, Boss OD-3, Boss CH-1 Super Chorus, Deep Trip BOG Fuzz.
Em conclusão, achei uma ótima Tele, que mantém boa parte da sonoridade clássica, mas com diferenças que a deixaram muito versátil e pronta para o rock! Difícil definir a atuação do corpo de pinho nessa equação, mas ao final minha impressão é que, aos puristas, pode soar um pouco macio pra quem quer um som de tele tradicional, aquele som “apertado” e responsivo. Mas ainda assim conseguiu manter uma boa dose de twang.
STRATO CAROBA:
A Strato é o meu estilo de guitarra preferido, a minha escolha natural na hora de tocar. Já tive várias e me sinto muito mais à vontade para falar desse modelo do que da Tele. Essa guitarra de Caroba (nem sabia que existia essa madeira) realmente me surpreendeu. Primeiro pela leveza... é muito confortável tocar uma strato leve, isso sempre é um dos pontos que eu considero ao adquirir uma. Mas a boa impressão não ficou só quanto ao peso. Ao tocar, percebi que esse corpo parece ser uma ótima opção para a construção de uma boa strato, já que proporciona aquela “intenção” que torna a strato uma guitarra facilmente reconhecível aos ouvidos.
Desplugada, ela tem uma ótima ressonância, definição e sustain (talvez ajudada pelo fato de ser hardtail) e mantém as características típicas das strato de alder e ash com escala de maple. Plugada, com a ajuda dos captadores de baixa saída, me lembrou MUITO uma uma Reedição 72 japonesa que eu tinha até ano passado e gostava muito. Era uma guitarra construída na FujiGen em 1985, com corpo de Ash e braço e escala em peça única de maple, com captadores de saída bem baixa. Essa Strato Garopa soa muito próximo àquela guitarra, com mais graves que as de alder/maple/maple (sem embolar nos drives) e um bom “quack” nas posições intermediárias. Ótima pra emular os sons da Black Strat do Gilmour. Não fosse o fato de ser hardtail (ponte móvel me faz falta na strato) e eu iria encher o saco do Paulo para negociar essa guitarra comigo...hehe.
Em conclusão, sobre as duas guitarras, mesmo eu tendo gostado bastante delas em comparação às Fender RI Americanas, tenho a dizer que não acho justa a comparação entre as guitarras, por suas várias características diferentes, assim como suas diferentes aplicações. No caso específico dessas guitarras testadas, vale aquela velha máxima: “não é melhor nem pior, é diferente”. Nitidamente, consigo perceber situações em que a Tele de Pinho do teste se aplicaria melhor que a Fender Tele RI 52, o mesmo ocorrendo entre a Strato de Garopa em relação à Fender Strato RI 62.
Dessa forma, fiquei feliz em constatar que há bem perto de nós madeiras de boa qualidade e acessíveis para construir ótimas guitarras, com características suficientes para atingir uma sonoridade clássica, sem precisar importar e/ou pagar mais caro por madeiras já consagradas.
Agradeço ao Paulo pela honra de contribuir com o Blog e pela oportunidade de testar as guitarras. Abraços a todos!
Jean Andrade
PS: Equipamento usado pelo Jean:
Amp Fender Deluxe Reverb com falante Jensen 12" de alnico,
Pedais: Strymon Timeline, TS-808, Boss OD-3, Boss CH-1 Super Chorus, Deep Trip BOG Fuzz.
Stratocaster de Caroba
Telecaster de Pinho
Então? Já deu pra ter uma ideia? :)
As minhas impressões...hum... Já faz um tempinho que testei..., talvez por eu ter tantas teles, com tantos timbres diferentes... Eu preciso rever... Amanhã se der tempo, plugo as guitarras e volto aqui no post.
De qualquer forma, a strato de caroba me lembro de ter comparado direto com uma Strato Robert Cray (alder, hardtail) e a caroba me pareceu um pouco mais macia e com graves algo mais evidentes - o que me fez pensar numa maior similaridade da caroba com o ash (ppte o swamp) e não o alder.
A tele de pinho também soou um pouco mais macia que as duas de alder pesado e muito parecida com a KNE de alder bem leve. Assim como o Faraco e o Jean, também gostei da forma como ela reage às saturações - bem definida e nervosa.
Acho que a conclusão final do Jean e a inicial do Faraco é que deveriam ser o ponto chave aqui: tanto o pinho quanto a garopa têm sua própria sonoridade/identidade. É importante ressaltar que ambas se mostraram muito equilibradas - e é isso que mais pesa no final das contas, não é? :)
Pra quem consegue ler nas entrelinhas, o Faraco pareou a strato de caroba com uma Fender Custom Shop 56 Closet Classic e o Jean com uma Fender Japan 85 de ash que ele gostava muito. E ambos acharam a tele muito versátil e ideal pra encarar rock and roll ao vivo...
Lembro que o braço participa - e muito - do timbre final. Eventualmente, se eu mudar os braços, complementaremos as impressões.
Lembro também que a ponte da strato é fixa (hardtail) - isso influencia bastante no timbre - e o captador da tele está com o ângulo invertido - já postamos sobre isso.
Os captadores da strato são: braço e ponte: Rosar Fullerton. Meio: Wilkinson WVSM - A5 6,4k com polaridades invertidas. O Sérgio Rosar, pra manter a fidelidade "vintage", não faz o Fullerton do meio invertido e eu queria aquele "quack" específico das posições de meio, então nessa guitarra o padrão é "moderno". Interessante que em algumas stratos isso não fica legal... Nessa ficou :)
Captadores da Tele: Ponte: Rosar Vintage Hot T - selo ouro LPG e o meu preferido ontem, hoje e sempre, hehehe. Eu pedi para o Sérgio modificar esse V-Hot T: é uma versão custom com alnico II na quinta e sexta cordas e alnico V nas demais. O alnico II reproduz os graves de forma mais definida e seca ("Tight lows", para os americanos). Somando com a inclinação invertida, temos o supra sumo do equilíbrio na ponte de uma tele. O que já era bom ficou ainda melhor! Não é à toa que nós 3 achamos o timbre roqueiro dessa tele fantástico!
Captador do Braço: chinês (sim, chinês) genérico modificado com pinos de alnico V. Eu tenho (e já tive) vários captadores de braço de tele e, com exceção do da minha Fender 68, não gosto/gostei de quase nenhum deles - inclusive o twisted tele da própria Fender. Todos muito abafados e sem graça... Descobri há algum tempo que, no caso desses captadores, a "baixa qualidade" da manufatura chinesa acaba sendo útil: por comodidade e economia, eles usam (geralmente, nunca dá pra saber antes) fio AWG 42 e não 43 e as bobinas via de regra são alguns milímetros mais altas, ou seja, fica muito parecido com um captador de strato, que é mais aberto. Basta tirar aquela barra cerâmica horrível e colocar pinos de alnico 5 e parece mágica: de cada quatro, pelo menos dois soam muito, muito bem. Na minha opinião, superiores aos tradicionais vintage, com fio 43 (e alguns ainda com o insosso alnico III). De quebra, os chineses ainda economizam na parafinação - deixam pouco tempo no banho e já sabemos que, quanto menos parafina, mais aberto o captador (mais ruído também, but who cares?)... É um típico caso de "quanto pior, melhor", hehehe. Esses captadores chineses não custam mais do que 15 dólares.
No mais, pra finalizar, eu quero agradecer também publicamente ao Faraco e ao Jean pela ajuda e empenho. Sem eles, esse post não sairia.
Os captadores da strato são: braço e ponte: Rosar Fullerton. Meio: Wilkinson WVSM - A5 6,4k com polaridades invertidas. O Sérgio Rosar, pra manter a fidelidade "vintage", não faz o Fullerton do meio invertido e eu queria aquele "quack" específico das posições de meio, então nessa guitarra o padrão é "moderno". Interessante que em algumas stratos isso não fica legal... Nessa ficou :)
Captadores da Tele: Ponte: Rosar Vintage Hot T - selo ouro LPG e o meu preferido ontem, hoje e sempre, hehehe. Eu pedi para o Sérgio modificar esse V-Hot T: é uma versão custom com alnico II na quinta e sexta cordas e alnico V nas demais. O alnico II reproduz os graves de forma mais definida e seca ("Tight lows", para os americanos). Somando com a inclinação invertida, temos o supra sumo do equilíbrio na ponte de uma tele. O que já era bom ficou ainda melhor! Não é à toa que nós 3 achamos o timbre roqueiro dessa tele fantástico!
Captador do Braço: chinês (sim, chinês) genérico modificado com pinos de alnico V. Eu tenho (e já tive) vários captadores de braço de tele e, com exceção do da minha Fender 68, não gosto/gostei de quase nenhum deles - inclusive o twisted tele da própria Fender. Todos muito abafados e sem graça... Descobri há algum tempo que, no caso desses captadores, a "baixa qualidade" da manufatura chinesa acaba sendo útil: por comodidade e economia, eles usam (geralmente, nunca dá pra saber antes) fio AWG 42 e não 43 e as bobinas via de regra são alguns milímetros mais altas, ou seja, fica muito parecido com um captador de strato, que é mais aberto. Basta tirar aquela barra cerâmica horrível e colocar pinos de alnico 5 e parece mágica: de cada quatro, pelo menos dois soam muito, muito bem. Na minha opinião, superiores aos tradicionais vintage, com fio 43 (e alguns ainda com o insosso alnico III). De quebra, os chineses ainda economizam na parafinação - deixam pouco tempo no banho e já sabemos que, quanto menos parafina, mais aberto o captador (mais ruído também, but who cares?)... É um típico caso de "quanto pior, melhor", hehehe. Esses captadores chineses não custam mais do que 15 dólares.
No mais, pra finalizar, eu quero agradecer também publicamente ao Faraco e ao Jean pela ajuda e empenho. Sem eles, esse post não sairia.
Já tô aqui com a tabela da kaiser guitars aberta fazendo as contas de quanto vai sair a brincadeira de uma strato de garopa! hahaha
ResponderExcluirSensacional! Os Fullerton casaram demais com a guitarra! Muito som mesmo!
Obrigado por compartilhar suas experiências, Paulo! Grande abraço!
E pelo que vi, apresse-se, Edson! :) A "Caroba" parece ser meio difícil de encontrar por aí...:)
ExcluirPaulo, me ajuda. Strato de pinho ou garopa?? hahaha... estou mais pro pinho... mas o que vc me diz? Gostaria de uma strato HSS, pra ficar entre um som mais tradicional e outro mais rock.
ResponderExcluirParabéns pelo post, quase morri de curiosidade.
ou timburi? hahaha
ExcluirExatamente, Felipe... Ou Timburi? KKKK
ExcluirNão sei... Acho que o ideal seria que todos testassem essas 3 madeiras para termos mais substrato. Sinceramente, gostei das 3 :)
Paulo, me ajuda. Strato... mais subStrato!
ExcluirHahahaha.
Não resisti. ;)
Sensacionais as guitarras, Paulo.
Só não sei porque toda vez que falo da Cerejeira, eu fico no vácuo.
Abração!
Paulo,
ExcluirDesculpa, mas vou tentar mais uma vez te perguntar sobre tua curiosidade com Cerejeira.
Nunca testou?
abraço!
Arthur, já estás há um bom tempo por aqui... Eu teria feito um post se tivesse testado a cerejeira. Ela é geralmente um pouco mais pesada, tem poros grandes e já li que tende algo para os graves. Claro que o legal é confirmar isso pessoalmente, mas ela não está na minha lista de prioridade... Quem sabe tu testas? :)
ExcluirPaulo, obrigado pela resposta :)
ExcluirEu tenho 2 guitarras com o corpo em Cerejeira. Uma tele e uma strato. Ambas soam muito bem.
São pesadinhas sim, mas não tem nada de tender pro grave, não. Na verdade elas ficam na cola do Ash e tem um timbre bem aberto.
Eu sempre penso que você iria gostar, apesar do peso.
O Márcio, testador de guitarras lá do MS, testou minhas 2 guitarras. Você pode até achar meio grave, mas é porque o Márcio curte muito Hard Rock e amps Marshall.
Essas são minhas:
Tele antes e depois da reforma:
https://www.youtube.com/watch?v=XcfaA-ui0Tw
https://www.youtube.com/watch?v=5uey3iMRAj0
Strato:
https://www.youtube.com/watch?v=k4bUO3gL9Mk
Minha próxima guitarra acho que vai ser de Pinho. Mas tudo pode mudar..
Valeu e desculpa a chateação.
Chateação coisa nenhuma, Arthur. Acho muito legal esse tipo de papo por aqui :)
ExcluirGostei dos vídeos e as guitarras são lindas. Como usaste um SD hot stack na ponte da tele e EMGs na strato, fica difícil pra mim comparar com as refs que tenho mas a sonoridade tá bem legal.
Por curiosidade - qual o peso total de cada uma?
Paulo,
ExcluirA tele pesa 3.8Kgs e a Strato 4Kgs.
São pesadinhas, principalmente se comparadas a minha strato de Poplar, que pesa 2.8Kgs.
Na época que encomendei as guitarras, eu estava numa fase de paranoia com ruídos. Então, a tele, originalmente era vermelha com um HB no braço e esse stack na ponte. Com o passar do tempo, troquei pra single (como visto no vídeo).
Eu gosto de tele com um som mais gordo de ponte, meio que na cola do Josh Smith. Mas esse stack é muito agudo e vou arrancá-lo fora.
A strato tem EMGs somente porque sou vidrado no timbre da Pensa Suhr que o Mark Knopfler usou nos anos 80/90. Só por isso.
E vamos que vamos...
Abração!
Esse peso até que tá legal, Arthur. Achei que fossem mais pesadas. Ma comparar com poplar é injustiça! KKKK!
ExcluirAbraço!
Verdade, comparar com Poplar é dureza. Tanto porque mais parece madeira de tamanco. kkk
ExcluirNão sei como o Steve Morse consegue timbrar essa madeira, porque eu acho o som 'afofado'.
Abraço
Uma palavra após esse tópico: inflação
ResponderExcluirRsrsrs
Fala Paulo, tudo bom aí?
ResponderExcluirFalar o que dessa dupla...Pelos vídeos feitos, mesmo de celular, é fácil perceber o som forte das meninas.
Sinceramente, fazia tempo que não ouvia uma strato tão equilibrada. Se disser que é uma Fender CS, não tem porquê duvidar, muito boa. Garopa está mais do que aprovada.
A escolha desses riffs de stratos conhecidos para cada posição dos captadores e o DR com Jensen também ajudaram muito, parabéns ao Jean.
A tele de pinho para mim ficou ótima também, e versátil assim, compensa as esperadas diferenças de timbre dela para as tele com madeiras tradicionais americanas.
A dica do captador chinês modificado para o braço da tele é importante.
Sei que você pode alterar hardware nessa strato e tele para fins de teste, mas eu já me daria por satisfeito, principalmente após outros dois ótimos músicos terem testado e aprovado.
Abraços,
Marçal.
A "Caroba" tá aprovada, sim. Ainda falta ouvi-la numa tele, mas tá com pinta de que vai ficar legal também...
ExcluirPor enquanto não pretendo mudar os braços, Marçal. Ainda preciso tocá-las mais vezes. Já aconteceu de gostar inicialmente de uma guitarra e depois "garrar nojo", KKKK!
Muito bom o post. Adorei o timbre das guitarras. Acho que reli esse post e o do Timburi umas 3 vezes cada um desde a semana passada e ouvi umas tantas vezes os videos. Valeu a pena ter esperado, revisitando o site a cada 3, 4 dias!!
ResponderExcluirSe não for pedir muito, teria como avaliar a tele de Tiburi nos mesmos moldes dessas duas (se possível, um video também)?
Primeira vez que posto um comentário mas acompanho o blog há bastante tempo. É ótimo.
A tele de Timburi agora está com o Jean. Quem sabe ele faz uma demo com o mesmo setup? Vamos ver...
ExcluirMuito bom! Parabéns pelo post, especialmente ao Jean que fez as gravações e deu a oportunidade de ouvir as guitarras em ação.
ResponderExcluirSim, sim. O post é deles - basicamente eu só transcrevi :)
ExcluirEu venho de uma família de marceneiros e digo que garopa existe sim, fique tranquilo. :D
ResponderExcluir:)
ExcluirLegal, na minha impressão, gostei da tele de pinho, achei o som bem equilibrado... nao me parece ter os o medio graves das de ash, mas tb não tem aquela estridencia aguda de algumas de alder.. me parece mais equilibrado que as de sugar pine, que tem um medio agudo muito pronunciado tb.
ResponderExcluirAbs
Bah, a análise foi fantástica e os timbres também. Sem falar que o Jean foi muito inteligente em usar frases tão conhecidas, que aliás, parte delas foi responsável por fixar na minha cabeça o timbre de strato e tele. Todas essas madeiras parecem ser ótimas substitutas ao alder e ash quando se vai montar uma "fender".
ResponderExcluirBah, falando na Kaiser Guitars, vi que agora oferece longarinas de carbono no braço, isto na estabilização deve ajudar e muito, mas fiquei encucado se pode acabar matando o timbre pela redução da madeira :(
Obrigado, Carlos - quem sabe o Jean se empolga e testa mais guitarras pra gente? :)
ExcluirQto às longarinas, dependendo da sonoridade do braço, podem melhorar ou piorar. Não se esqueça que o braço tem um função mecânica semelhante a um trampolim - se ele naturalmente é vibra menos, as longarinas podem deixá-lo mais rígido e acrescentar clareza e sustain para o timbre. Cabe ao Kaiser desvendar quais braços precisam ou não das hastes de carbono
Nossa, que sonzeira dessas duas!!
ResponderExcluirEu ia dizer, mas o Marçal correu na frente: se me dissessem que eram duas CS da Fender eu acreditava na hora!
Com certeza os Rosar são excelentes, o amp com o falante é fora de série e o Jean de piloto manda muito bem, mas tá na cara que as guitarras ficaram muito boas. Nada tá fora do lugar, tudo muito equilibrado e agradável de se ouvir!
Eu acho que o ponto mais importante é que elas soaram equilibradas. O que mais me incomoda em algumas madeiras é o desequilíbrio das frequências.
ExcluirPaulo,
ResponderExcluirHoje estava relendo uns posts antigos (sempre faço isso) e me deparei com as modificações nas SXs, que são de alder do oriente. Você deu a entender que a madeira soa bem, porém diferente em alguns aspectos. Fiquei curioso em uma comparação desse alder chinês com a garopa, que parece soar muito bem. Você ainda possui as SX e conseguiria relatar essa diferença (ou sua preferência no timbre entre ambas) aqui?
Abç.
Will, não tenho mais as duas guitarras com "alder" chinês e não gosto de me guiar pela memória auditiva, mas se for me basear apenas nela, a Garopa soa melhor - mais responsiva/dinâmica e definida.
ExcluirBom dia,
ResponderExcluirJá acompanho o Blog a um tempo e, em primeiro lugar, queria parabenizá-lo, acho o mesmo de utilidade pública, graças a ele adquiri um Tele Vintage V52 Reissue, que, na minha opinião foi uma das melhores guitarras que já tive, mas, infelizmente precisei me desfazer da mesma (coisas da vida). Recentemente ganhei de presente da minha esposa uma Tele Squier CV 50's (Corpo em pinho, braço em maple e captadores em alnico 3), a guitarra tem um acabamento impecável, veio blindada com tinta condutiva, o braço é super confortável, e tem segurado bem a afinação... Maaaaas, os captadores não me agradam, são muito definidos, mas falta alguma coisa. Lendo as postagens, comecei a achar que poderia ser o alnico 3, o outro modelo das CV vem com alnico 5 e imagino que isso talvez resolvesse. Bom, sou apaixonado pelo visual das Hotrod, acho que o minihumbucker no braço deixa a tele com um visual mais agressivo, e tenho pensado em colocar um Seymour duncan, mas parece que a malagoli tem um captador com a proposta parecida, você conhece? Minha única bronca com a vintage era que o captador do braço "embolava" muito quando aumentava o volume do amp (um fender champion 600), coisa que não acontece com a CV. Na ponte estou bem inclinado ao Vintage hot (por influência do blog). Tens alguma experiência com o minihumbucker? Teria alguma dica para a parte elétrica nessa configuração (pots, ligação, capacitor, etc)? Grande abraço!!!
Obrigado ! :)
ExcluirVou responder por partes:
Primeiro, pela lógica sonora, uma tele de pinho + alnico 3 deveria soar mais macia e provavelmente sem muita DEFINIÇÃO... Só pra tu sentires como não dá pra ter uma ideia sem realmente tocar na guitarra...
Segundo, há exatos 67 anos a maioria dos guitarristas têm reclamado que o captador do braço da telecaster é abafado/embolado - a Fender lançou o "Twisted Tele" justamente pra tentar compensar isso. Portanto, é um problema inerente às teles em geral e não somente à tua. Colocar humbuckers/captadores de duas bobinas no braço só deve piorar esse efeito.
O Vintage Hot teoricamente soa mais definido e equilibrado que qualquer captador com alnico III - aí realmente não sei se vai melhorar ou piorar o timbre da tua guitarra especificamente.
Pots de tele eu prefiro sempre de 500k ou mais... Mas é pessoal.
... Como temos falado repetidamente aqui no blog, é impossível prever uma sonoridade sem ouvi-la/testá-la antes. Acho que terás que continuar experimentando... :)
Vcs me inspiraram a fazer guitarras e testes em casa, já fiz algumas...
ResponderExcluirAté criei um escudo personalizado para colocar 2 humbuckers em uma Tele, pena não poder mostrar aqui.
Obrigado pelas dicas, estão encurtando muito os meus caminhos, valeu, 10 pra vcs!
Obrigado, Larry.
ExcluirEsse tipo de feedback é o que nos faz acreditar que o trabalho de manter o blog vale a pena... :)
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ResponderExcluirmy friends! A madeira Caroba existe sim, geralmente em terrenos de campos e serrados, dificílima de encontrar, pois seu tronco não chega a dar prancha de 20 cm, porque morrem gando acha é arvore muito finas, poço dizer porque tenho alguns pedaços, já o jacaranda cabiúna tenho apenas duas tabuas de porão muito Antigo, espero ter tirado as duvidas.
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