Paulo May
(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)
Bem, toda essa nova sequência de posts praticamente começou com o post de dezembro de 2016 onde eu discuti a questão da inclinação do captador da ponte da telecaster (e também da strato, mas é na telecaster que eu acho esse detalhe crítico).
A ideia era pedir para o Eduardo Kaiser, da Kaiser Guitars, um corpo de telecaster com a cavidade do captador da ponte invertida. Conversa vai, conversa vem, ele me convenceu a testar uma madeira chamada Timburi, cuja densidade está entre o alder e ash.
O corpo ficou perfeito (como sempre) e adorei o timbre do Timburi. Me parece
uma excelente madeira para Teles e muito provavelmente, Stratos. Talvez a
melhor até agora, na frente do cedro (bem, qualquer uma ganha dessa),
marupá, tauari, mogno e freijó.
Antes de entrarmos na questão do timbre, já vou dando um toque: antes de pintar o Timburi, use filler/massa para madeira. Eu utilizo os da Sayerlack, à base de água e com vários tipos de coloração para diversas madeiras. Cada latinha custa entre 12 e 18 reais:
A
superfície natural do Timburi tem muitas micro ranhuras e
poros grandes, semelhante ao mogno...Se não usar filler, vai ter que encher de tinta/verniz,
que não é aconselhável. Na foto em close dá pra ver o tamanho dos poros:
Mas, casa de ferreiro, espeto de pau, fiquei com preguiça de passar pelo processo do filler e fui direto pra pintura... Se soubesse que o timbre seria tão bom, teria colocado o filler antes e evitado umas 3 ou 4 demãos de tinta e/ou verniz :)
Até o momento, madeira aprovadíssima para teles. E essa peça é particularmente leve. Muito legal.
Um dos testes mais interessantes que faço aqui é o da "gravação". Sempre que vou gravar alguma música, quase que instintivamente escolho a guitarra que vai dar um timbre mais legal naquele contexto. Era uma base de rock/boogie woogie, timbre levemente saturado: olhei para as guitarras e, das 9 telecaster que estavam na minha frente, optei pela Timburi. A segunda guitarra, no contratempo, precisava de um timbre algo mais cheio, meio humbucker e, mesmo com todas as maravilhosas Gibsons que tenho, novamente usei a Cabronita - essa já tá virando rotina por aqui. Gosto muito do timbre desses captadores. Humbucker clássico é definitivamente pra coisas um pouco mais "hard".
Quando montei a guitarra, estava sem nenhum Rosar V-Hot-T disponível e acabei usando um outro, também montado pelo Sérgio, com padrão de bobinamento do V-Hot, mas com fio enamel e imãs de alnico III. Embora seja o magneto inicialmente usado por Leo Fender nas teles, não gosto do alnico 3: me parece meio linear na dinâmica (observem depois que o Faraco percebeu isso na avaliação dele), com pouco punch e sustain, ou seja, insosso :). Mas o enamel tem um timbre algo mais nervoso, irregular e sujo que o polysol e o formvar e até que, na mistura, ficou um captador interessante...
O captador do braço é um Kent Armstrong (gosto muito dessa marca: barata e boa) de polysol mas bobinado no padrão clássico vintage da Fender - fio 43AWG, 7,1 k... Antes que perguntem mais detalhes, o braço é Mighty Mite (autorizado Fender), one piece maple, raio 9,5", tarraxas (maravilhosas mas feias) Planet Waves, ponte "lefty" Fender MIM, pots CTS vol e Alpha tone, de 500k. capacitor polipropileno 0,33.
Bem, vamos às avaliações da dupla que todo mundo curtiu da outra vez: Faraco e Jean :)
*********************************************************
Jean Andrade
Testei-a comparando com minha Fender Telecaster American Vintage 52, com corpo de Ash e braço e escala em uma peça de maple. Além disso, embora eu não esteja mais com a tele de Pinho, tenho ainda presente na memória algumas das características desta também. Infelizmente, para fazer o rápido vídeo, não lembrava quais configurações de volume e equalização que utilizei no Fender Deluxe Reverb e nos pedais. Minha impressão é que toquei em volume mais baixo na Timburi.
Desligada, a Timburi soou aberta e ressonante, mais próxima à RI52 do que a Pinho se mostrou no teste anterior, mas também com um pouco menos daquela firmeza característica da RI52. Me pareceu mais firme e menos macia que a Pinho, portanto, mais na onda da tele tradicional. O “feeling”, desligada, tá entre uma tele e uma strato, um pouco mais pra tele.
Plugada, ela soou muito mais como uma tele tradicional do que a Pinho. O captador do braço abafado como normalmente nas teles tradicionais (mais abafado que a da RI52, que agora é um Dimarzio Twang King, mais aberto que o original). A posição do meio também é tipicamente de tele, com aquele timbre lindo para bases. E na posição da ponte também, tele bem tradicional, com a diferença que a RI52 tem ainda mais agudos nas cordas, acredito que por conta da inversão da posição do captador da ponte na Timburi.
Portanto, na minha percepção, essa Timburi está consideravelmente mais perto de uma tele tradicional do que a Pinho se mostrou. Contudo, não se deve esquecer a importância de considerar as diferenças do conjunto (braço, ponte, captadores, hardware). A Pinho apresenta timbres mais equilibrados, tanto clean quanto drive/distorção e, portanto, não soa como uma tele tradicional. Não há na Pinho uma diferença brutal entre o abafado do captador do braço e o agudo desenfreado do captador da ponte, como há nas teles tradicionais e como também está presente na Timburi, embora em menor escala, provavelmente pela inversão da posição do captador da ponte.
Em resumo, o Timburi me pareceu uma ótima opção para quem quer uma sonoridade clássica, de tele tradicional, em contraposição ao pinho, que me pareceu mais macio e, portanto, indicado para uma tele mais versátil e equilibrada, mais na onda das strato. Reitero que, pela quantidade de variáveis, é difícil definir a atuação do corpo de timburi (bem como do pinho) nessa equação, mas ao final minha impressão é que, aos puristas, o timburi tende a ser bem convincente para os timbres de tele tradicional.
Ou seja, outra madeira de boa qualidade acessível, com ótimos resultados.
Vídeo: Fender Deluxe Reverb, Boss OD-3, Boss CH-1, BOG Deep Trip
Desligada, a Timburi soou aberta e ressonante, mais próxima à RI52 do que a Pinho se mostrou no teste anterior, mas também com um pouco menos daquela firmeza característica da RI52. Me pareceu mais firme e menos macia que a Pinho, portanto, mais na onda da tele tradicional. O “feeling”, desligada, tá entre uma tele e uma strato, um pouco mais pra tele.
Plugada, ela soou muito mais como uma tele tradicional do que a Pinho. O captador do braço abafado como normalmente nas teles tradicionais (mais abafado que a da RI52, que agora é um Dimarzio Twang King, mais aberto que o original). A posição do meio também é tipicamente de tele, com aquele timbre lindo para bases. E na posição da ponte também, tele bem tradicional, com a diferença que a RI52 tem ainda mais agudos nas cordas, acredito que por conta da inversão da posição do captador da ponte na Timburi.
Portanto, na minha percepção, essa Timburi está consideravelmente mais perto de uma tele tradicional do que a Pinho se mostrou. Contudo, não se deve esquecer a importância de considerar as diferenças do conjunto (braço, ponte, captadores, hardware). A Pinho apresenta timbres mais equilibrados, tanto clean quanto drive/distorção e, portanto, não soa como uma tele tradicional. Não há na Pinho uma diferença brutal entre o abafado do captador do braço e o agudo desenfreado do captador da ponte, como há nas teles tradicionais e como também está presente na Timburi, embora em menor escala, provavelmente pela inversão da posição do captador da ponte.
Em resumo, o Timburi me pareceu uma ótima opção para quem quer uma sonoridade clássica, de tele tradicional, em contraposição ao pinho, que me pareceu mais macio e, portanto, indicado para uma tele mais versátil e equilibrada, mais na onda das strato. Reitero que, pela quantidade de variáveis, é difícil definir a atuação do corpo de timburi (bem como do pinho) nessa equação, mas ao final minha impressão é que, aos puristas, o timburi tende a ser bem convincente para os timbres de tele tradicional.
Ou seja, outra madeira de boa qualidade acessível, com ótimos resultados.
Vídeo: Fender Deluxe Reverb, Boss OD-3, Boss CH-1, BOG Deep Trip
**********************************************************
Miguel Faraco
...Mais uma vez o meu amigo Paulo May me pediu para testar e dar uma pequena opinião. Agora, sobre a tele de Timburi, uma madeira cuja densidade está entre o Alder e Ash.
Peguei a guitarra e à primeira vista achei com uma ação um pouquinho alta, que não é ruim, as cordas vibram melhor mas... Eu gosto de ação mais baixa... Bem, adiante:
Eu tenho uma mania: testar as guitarras que são do meu interesse não como a maioria faz, plugando num ampli e tocando com ela limpa ou com um drivezinho. Eu só consigo sentir as frequências da madeira com uma banda tocando junto normalmente, como numa apresentação ou num ensaio. Ou seja, com altos volumes normais que uma banda faz. Somente assim eu claramente consigo perceber e definir algumas frequências que se sobressaem (ou o oposto). Não sei se é o correto mas me fidelizei assim, fazer o quê né... :)
Bom levei a guitarra para o ensaio da minha banda e toquei com som limpo, drives de baixo ganho e de alto ganho.
À principio a guitarra soa bem clara, "estaladinha" mas bem definida. Não estou dizendo que é mais aguda ou que sobra alguma frequência mais aguda, mas somente que soa um pouco menos grave. Achei o ataque das cordas graves um pouquinho comprimido, como se tivesse um muito discretíssimo slow volume - diria que um tipo de limiter/compressor - efeito esse que eu sinto em les pauls gibson. Isso eu senti em todas a posições dos captadores e quer dizer o que?... Aparentemente nada de importante. Nas musicas do Pink Floyd realmente ela soa mais magra que as stratos. Nota-se claramente isso e, óbvio, estamos acostumados com as stratos das gravações originais, por isso ela soou diferente, mas eu gostei muito. Apesar de gostar de guitarras um pouco mais fechadas, ela é clara e tem sustain - isso é muito positivo pra mim.
Mas... daí o que me surpreendeu foi quando eu toquei uns Zeppelins - putz! Alvíssaras, alvíssaras... :) A coisa esquentou. Nunca consegui o timbre mágico do Jimmy Page do disco Houses of The Holy, nas músicas The Song Remains the Same e Dancing Days - é um timbre mais agudo, com sustain, discreto drive porém com peso. E eu já testei com Les Paul Gibson, SG, ... Mas essa telecaster de Timburi ficou muito parecida com as frequências que eu queria - o que me levou a pensar naquela "compressão" que eu falava acima. Tinha uma discreta característica de guitarras feitas de Mogno já que à principio parece que Jimmy Page gravou essas músicas com uma double neck Gibson e telecaster, mas a guitarra de Timburi não deixa nada a desejar. Sinceramente eu gostei muito dessa característica e ademais é bom lembrar que são experimentos com madeiras brasileiras ou seja, podemos sim utilizar outros tipos diferentes de madeiras além das que estamos acostumados...
Muy bueno, muy bueno :)
(o Faraco não teve tempo de gravar com qualidade porque era ensaio, correria e tal, mas me enviou um vídeo de celular que alguém captou na hora - dei uma equalizada pra compensar e, embora o áudio esteja longe do ideal, dá pra ter uma ideia da resposta dinâmica e sustain da tele de timburi. Segue o vídeo:)
Quanto à minha opinião, volto a afirmar o que disse naquele primeiro post: eu tenho mais de 10 teles, várias madeiras, e pelo menos 3 delas - duas de ash e uma de alder que são fantásticas.
Gostei muito da tele de timburi - arrisco a dizer que é uma das melhores madeiras que já toquei - alder e ash incluídos. Mas, como mesmo madeiras da mesma espécie - e até da mesma árvore - podem variar, precisamos de mais teles de timburi pra confirmar isso...
O meu gosto pra timbres é um pouco peculiar - embora o critério mais importante de julgamento seja o equilíbrio das frequências, prefiro as guitarras com maior amplitude e variação dinâmica e principalmente com sonoridade mais "aberta", com poucos graves. Timbre claro, definido, com complexidade e equilíbrio harmônico e graves presentes, mas definidos e "secos". Tive sorte com os meus amigos Faraco e Jean porque ambos geralmente preferem guitarras um pouco mais "warm", macias, não tão abertas. Já o gosto do Oscar eu colocaria como um meio termo entre nós três. Se ele tivesse tempo pra testar também, seria perfeito - uma guitarra que passasse pelo crivo dos quatro com certeza agradaria 95% dos guitarristas :)
Não sei se é por causa da minha preferência e/ou longa experiência com teles, mas cheguei num ponto onde, para os meus ouvidos, TODAS soam diferentes! Todas soam genericamente como telecaster, mas é nos detalhes, principalmente na coloração e extensão dos médios e definição dos graves, que eu ouço as diferenças. Além do mais, som de telecaster clássico "mesmo", nem sei se é uma unanimidade...
Há tempos postei um vídeo com uma edição de vários timbres "clássicos" de tele. Todos lindos, todos inesquecíveis. Pra quem não viu, segue abaixo:
Peguei a guitarra e à primeira vista achei com uma ação um pouquinho alta, que não é ruim, as cordas vibram melhor mas... Eu gosto de ação mais baixa... Bem, adiante:
Eu tenho uma mania: testar as guitarras que são do meu interesse não como a maioria faz, plugando num ampli e tocando com ela limpa ou com um drivezinho. Eu só consigo sentir as frequências da madeira com uma banda tocando junto normalmente, como numa apresentação ou num ensaio. Ou seja, com altos volumes normais que uma banda faz. Somente assim eu claramente consigo perceber e definir algumas frequências que se sobressaem (ou o oposto). Não sei se é o correto mas me fidelizei assim, fazer o quê né... :)
Bom levei a guitarra para o ensaio da minha banda e toquei com som limpo, drives de baixo ganho e de alto ganho.
À principio a guitarra soa bem clara, "estaladinha" mas bem definida. Não estou dizendo que é mais aguda ou que sobra alguma frequência mais aguda, mas somente que soa um pouco menos grave. Achei o ataque das cordas graves um pouquinho comprimido, como se tivesse um muito discretíssimo slow volume - diria que um tipo de limiter/compressor - efeito esse que eu sinto em les pauls gibson. Isso eu senti em todas a posições dos captadores e quer dizer o que?... Aparentemente nada de importante. Nas musicas do Pink Floyd realmente ela soa mais magra que as stratos. Nota-se claramente isso e, óbvio, estamos acostumados com as stratos das gravações originais, por isso ela soou diferente, mas eu gostei muito. Apesar de gostar de guitarras um pouco mais fechadas, ela é clara e tem sustain - isso é muito positivo pra mim.
Mas... daí o que me surpreendeu foi quando eu toquei uns Zeppelins - putz! Alvíssaras, alvíssaras... :) A coisa esquentou. Nunca consegui o timbre mágico do Jimmy Page do disco Houses of The Holy, nas músicas The Song Remains the Same e Dancing Days - é um timbre mais agudo, com sustain, discreto drive porém com peso. E eu já testei com Les Paul Gibson, SG, ... Mas essa telecaster de Timburi ficou muito parecida com as frequências que eu queria - o que me levou a pensar naquela "compressão" que eu falava acima. Tinha uma discreta característica de guitarras feitas de Mogno já que à principio parece que Jimmy Page gravou essas músicas com uma double neck Gibson e telecaster, mas a guitarra de Timburi não deixa nada a desejar. Sinceramente eu gostei muito dessa característica e ademais é bom lembrar que são experimentos com madeiras brasileiras ou seja, podemos sim utilizar outros tipos diferentes de madeiras além das que estamos acostumados...
Muy bueno, muy bueno :)
(o Faraco não teve tempo de gravar com qualidade porque era ensaio, correria e tal, mas me enviou um vídeo de celular que alguém captou na hora - dei uma equalizada pra compensar e, embora o áudio esteja longe do ideal, dá pra ter uma ideia da resposta dinâmica e sustain da tele de timburi. Segue o vídeo:)
**************************************
Quanto à minha opinião, volto a afirmar o que disse naquele primeiro post: eu tenho mais de 10 teles, várias madeiras, e pelo menos 3 delas - duas de ash e uma de alder que são fantásticas.
Gostei muito da tele de timburi - arrisco a dizer que é uma das melhores madeiras que já toquei - alder e ash incluídos. Mas, como mesmo madeiras da mesma espécie - e até da mesma árvore - podem variar, precisamos de mais teles de timburi pra confirmar isso...
O meu gosto pra timbres é um pouco peculiar - embora o critério mais importante de julgamento seja o equilíbrio das frequências, prefiro as guitarras com maior amplitude e variação dinâmica e principalmente com sonoridade mais "aberta", com poucos graves. Timbre claro, definido, com complexidade e equilíbrio harmônico e graves presentes, mas definidos e "secos". Tive sorte com os meus amigos Faraco e Jean porque ambos geralmente preferem guitarras um pouco mais "warm", macias, não tão abertas. Já o gosto do Oscar eu colocaria como um meio termo entre nós três. Se ele tivesse tempo pra testar também, seria perfeito - uma guitarra que passasse pelo crivo dos quatro com certeza agradaria 95% dos guitarristas :)
Não sei se é por causa da minha preferência e/ou longa experiência com teles, mas cheguei num ponto onde, para os meus ouvidos, TODAS soam diferentes! Todas soam genericamente como telecaster, mas é nos detalhes, principalmente na coloração e extensão dos médios e definição dos graves, que eu ouço as diferenças. Além do mais, som de telecaster clássico "mesmo", nem sei se é uma unanimidade...
Há tempos postei um vídeo com uma edição de vários timbres "clássicos" de tele. Todos lindos, todos inesquecíveis. Pra quem não viu, segue abaixo:
Telecaster Timburi
Finalmente a tese de doutorado das madeiras "fender" nacional está terminada! \0/ rsrsrs
ResponderExcluirA minha tela de timburi tem o captador da ponte em posição tradicional. Os agudos não sobram (vintage hot T) e são bem legais com fuzz. No braço, uso a versão do Vintage Hot T para essa posição. Gosto bastante da definição e estalado dele (ele conseguiu me agradar até numa tela de cedro!).
Seria muito legal Teles e stratos dessas madeiras em posições convencionais de ponte para termos mais comparativos.
Destaco: o Kaiser vai ficar sem estoque em breve! Rs
Paulo,
ResponderExcluirTudo bem?
Você falou algo muito interessante sobre o 'timbre clássico' de telecaster não ser uma unanimidade.
Pra mim, o timbre clássico "mesmo" de tele vem do country, que era o gênero favorito do Leo Fender. Mas como as variações do Ash são muito proeminentes, e os captadores não tinham um padrão exato de fabricação. O timbre "original" pra um era bem diferente pro outro.
Outra coisa qua aprendi aqui é sobre as variações de timbre que pequenas coisas podem causar. Hoje eu digo que, a telecaster, é a guitarra mais sensível às peças do que qualquer outra.
É madeira, ponte, saddle, inclinação do captador, magneto do captador, potenciômetro, se o captador está colado na madeira ou não, top loaded ou não, se é 21 ou 22 casas... etc. São tantas variações que a gente se acostuma a ouvir todas elas.
O legal, ou talvez não, disso tudo é que a gente pode ter, como no seu caso, 9 teles e todas elas soarem diferentes umas das outras.
Abração!
Arthur
Fala Paulo,
ResponderExcluirEu já tinha visto pelo youtube os vídeos com essa de Timburi. O Jean está certo, parece que ela tem um som mais tradicional do que a de pinho.
A de pinho eu gostei justamente por ter um som mais "dark", mais próxima da versatilidade uma strato, pelo vídeo curto que ele gravou (desconsiderando as diferenças de regulagem no setup).
Eu ficaria muito satisfeito com qualquer uma delas, todas bem equilibradas, notas nítidas e claras com saturações.
Sobre captadores Gretsch: também tenho ouvido várias coisas e gostado muito. É uma das melhores sínteses entre o som swingado, aberto e definido de um bom single, além de uma "mordida" gostosa para rock, que lembra os humbuckers, mas não soam abafados.
Parece que não foi feito para saturações forte, mas não é mesmo o objetivo desses caps.
Muito bom e não estranho você estar gostando tanto deles nas teles.
Abraço,
Marçal.
Uma duvida meio off topic: oq vcs usam/recomendam pra hidratar escalas escuras? oleo de limao, peroba, linhaça, tung e pq?
ResponderExcluirGrato!
Eu utilizo óleo de limão e também de peroba. Há discussões monumentais na internet sobre os tipos de óleos, mas a real é que as madeiras de escalas são bem resistentes então a natureza química do óleo não é relevante. Até óleo orgânico de cozinha funciona, já que o objetivo é evitar o ressecamento da madeira. O de peroba é um clássico no Brasil há décadas - minha avó usava e os móveis dela sempre estavam (e ainda estão) impecáveis:)
ExcluirLembro que escalas de maple cobertas com verniz teoricamente não necessitam de hidratação desse tipo, mas peroba também é legal pra limpar a sujeira da escala e trastes...
Eu uso o de limao planet waves, mas tenho resseio que o oleo de limao tal o de peroba por possuirem solventes possam vir a afetar os inlays (estilo trapezoid das les paul) que são de corian se não me engano..ressecando o material com o tempo. Outra que reparei em um violao foi uma leve descolada em dois trastes ( que recolei com superbonder...) sei que essa descolagem pode ter ocorrido como decorrencia de ar seco, ou em outro caso tavez seja a possibilidade de ser o solvente do oleo de limao (apesar do produto ser proprio pra isso), oq achas?
ExcluirSim , o lance dos "solventes"... :) É quase uma teoria da conspiração. Quanto às madeiras, acho que essa discussão global deveria acabar. Corian é um material da DuPont feito de polímeros acrílicos e um derivado da bauxita, altamente resistente. Duvido muito, mas muito mesmo que óleos para madeira possam causar algum dano...
ExcluirMadeira se move de acordo com umidade e temperatura e esse padrão é diferente do metal dos trastes. Se a escala seca muito, a madeira retrai e eventualmente o traste pode soltar ou desnivelar - é outro fenômeno que acredito não ter nada a ver com os óleos. Use tranquilo - óleo para escalas/madeiras não danificam nada :)
Se vc que tem experiencia ta dizendo..fico até mais aliviado! Obrigado.
ExcluirCuidado com a hidratação excessiva da escala. Eu acabei hidratando demais uma, e a madeira "rosewood" ficou mole, o luthier identificou isso na hora de fazer o refret. Mas depois de nivelar, a camada mais superficial da madeira mole saiu e ela já está em estado de nova.
ResponderExcluirIsso pode ocorrer mesmo, eu sempre limpo a escala antes de hidratar passando um bombril de leve. só hidrato a cada 6 meses.
ExcluirPaulo,
ResponderExcluirLembra daquele corpo com um baita nó que alguém postou aqui em algum comentário do blog?
Pois é, dá uma sacada nessa linha da Fender.
http://www.guitarnerds.net/blog-1/2017/1/19/namm-2017-fender-announces-limited-edition-exotic-collection-guitars
Imagina o preço disso aí!
Brincadeira....
Abração!
É o famoso "knotty pine", Arthur. Só acho legal pelo aspecto rústico. Aposto como os nós interferem na uniformidade da vibração do corpo...
ExcluirE - sim - devem custar o olho da cara! :)
Top mano, me cansei de comprar guitarra, vou montar a minha tele "aged white blonde", e vai ser de timburi. Eu gosto bastante do som das teles anos 50 e tal, trocando uma ideia com o grande Sergio rosar, decidi pelo true vintage. Pelos seus anos de experiencia com tele, acha que vai ficar maneiro Paulo? timburi + true vintage? Provável eu usar braço de marfim,
ResponderExcluirO meu preferido é o Vintage Hot. Mas o true vintage, um pouco mais macio, bate ok com a ideia da sonoridade dos anos 50.
ExcluirPor falar em Tele, bridge pickup invertido, consequentemente John Page... Vc já teve a oportunidade de testar o par de caps John Page Bloddline JP-3 para as "Telecasters" dele (as AJ e AJ Special)?
ResponderExcluirQuanta veadagem! Conversa de veado. Futilidade além da conta.
ResponderExcluirTimbre horrível.
ResponderExcluirOlá Paulo. Sensacional o timbre. Queria que vc fizesse um teste com a madeira paulownia que tem na guitarfetich. Vi alguns vídeos no YouTube que ficaram demais em termos de timbre. Mas queria sua opinião. Grande abraço.
ResponderExcluir