segunda-feira, 29 de abril de 2013

Links Úteis: Luthier

          Eu ia postar os links para o luthier Adriano (que fez os corpos de telecaster) no final do último post, mas achei que tava na hora de um update de vários dos meus principais links.
Então, na sequência, os links valiosos com breves comentários:

Primeiro - e não poderia deixar de ser - a minha musa inspiradora, a querida luthier Paula Bifulco, de São Paulo (clique no logo para visitar o site):



Olha que guitarra maravilhosa feita pela Paula:




TANAKA GUITAR TECH (SOROCABA/SP)

Em seguida, meu grande amigo, luthier e excepcional pessoa, Mauro Tanaka, de Sorocaba:

tanakaguitartech@gmail.com Telefone: 15 3021-8399




Entre outras coisas, o Tanaka é autorizado da Buzz Feiten para instalação do infalível "Buzz Feiten Tuning System"
É o tipo do cara que a gente veste a camisa - literalmente!:



ADRIANO RAMOS (BH/MG)

E, pra quem tava perguntando onde eu comprei aqueles corpos de Telecaster, segue o link para o Facebook do luthier Adriano Ramos de Belo Horizonte:


Máquinário CNC, madeiras nacionais e preços justos (só não vou dizer que é barato porque senão ele aumenta :)). Comprei recentemente dois corpos de tele, um clássico e outro Cabronita. É uma mão na roda pra quem quer se aventurar num "monte você mesmo sua guitarra".



Se quiseres fazer uma guitarra com o Adriano usando madeiras importadas, fale com o:
ou ligue: (11) 9287-4090. Foi com ele que comprei os blanks de Ash e Alder das minhas Teles project. Além disso, a Music Tools é uma loja de suprimentos para luthier. Todo guitarrista precisa ter a aprender a usar uma ferramenta chamada "Fret Rocker". Postarei sobre ela em breve.
Compre os blanks com o Miguel (faça o download do catálogo em PDF no site) e envie para o Adriano.

O Adriano tem um link no ML, mas para o pessoal do blog, seguem os contatos diretos:
Celular: 31 9711-1642  E-mail: a.rr@globo.com


GADDINI CUSTOM SHOP (SP)

Uma dica do leitor do blog Von Farah: o sogro dele, Elcio Gaddini,  faz ótimas customizações em guitarras. Vi as fotos, achei bem legal e tô aproveitando pra postar:





Facebook da Gaddini Custom Shop (Clique). Luthieria, customizações e reformas de instrumentos, fabricação e personalização de escudos . Contato: gaddinicustomshop@gmail.com


JOÃO VÍTOR (CEARÁ)

Por último, mas chegando atrasado só porque fui pedir autorização dele pra postar, o magnífico trabalho do João Vítor, do Ceará, na montagem, acabamento e customização de guitarras. Foi dele que comprei aquele maravilhoso braço da minha strato preta. O Vítor faz a coisa meio por hobby/paixão como a gente por aqui, mas o trabalho dele de customização é profissional. O logotipo é o mesmo da Fender e não uma cópia barata. Detalhe: ele só coloca o logo em braços Fender e/ou autorizados da Fender.  É o nosso "Bill Nash", hehehe...

Algumas guitarras montadas e customizadas por ele:

Lindas! Com a mesma (se não mais) qualidade de uma Fender americana e bem mais baratas! Como o Vítor só utiliza partes e peças autorizadas Fender, as guitarras são literalmente "Fender", só que montadas no Ceará! :)

Acesse o link para o álbum dele e divirta-se: https://picasaweb.google.com/107385410797740048367

Olhem o absurdo do acabamento dos braços e headstock (com Tru-Oil, excelente opção):

Normalmente ele vende os braços prontos no ML, mas é só acessar direto pelo e-mail pra dispensar o intermediário :)
          Existem inúmeros outros luthiers fantásticos, mas o objetivo do post não é listar luthier.
Aliás, ainda não sei porque os luthiers brasileiros não têm um site com a listagem de contato. Eles precisam fazer uma associação ou coisa parecida. Sei que isso no Brasil quase sempre vira panelinha, mas não custa tentar, né?

PS: Se alguém quiser acrescentar o link de seu luthier, conhecido e capacitado, fique à vontade e utilize o espaço dos comentários. Por favor, especifique também a cidade e todos os contatos possíveis.

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Porto Alegre:

         Foi aqui que comprei a minha Les Paul 1981. O Solon Fishbone, além de ser um fantástico bluesman, faz captadores excepcionais e fantásticas guitarras, clones das Fender, relicadas no capricho.

Fone (51)3331.3234 ou (51)3061.3247
contato@guitargarage.com.br
De Segunda à Sexta das 13:30hs às 19:00hs
Rua Miguel Tostes, 870 | Bairro Rio Branco | CEP 90430-060 | Porto Alegre/RS


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Ourinhos (SP):

Luthier Adriano Batista
Consertos e Pinturas de instrumentos de Cordas: Guitarra, Violão, Viola, Cavaquinho,Baixo...
(14) 9706-1245 ou 8210-5723
e-mail: adrianoguitarra@hotmail.com

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domingo, 21 de abril de 2013

La Cabronita Custom Golden Leaf

       


         Fanático que sou por Telecasters, não poderia deixar passar em branco a nova versão denominada "La Cabronita" da Fender (as traduções do espanhol divergem, mas à princípio seria uma "rapariga sem pai"... :) ). Iniciou como uma linha exclusiva da Fender Custom Shop, mas agora há uma versão mais barata feita no México.
La Cabronita é uma Telecaster clássica mas com dois captadores humbuckers do tipo Filtertron Gretsch. Geralmente elas vêm com um modelo (Fidelitron) que é uma variação entre o Filtertron clássico que equipava boa parte das Gretsch dos anos 50 e os modernos TV Jones (Thomas V. Jones), algo mais fortes e modernos.

O gatilho para a montagem de uma Cabronita foi uma oferta do meu amigo do fórum da GP, o Yanko, que me conseguiu um corpo de Cabronita USA feito de uma madeira muito leve e macia, chamada de "Sugar Pine". Como eu sabia que muitos experts em Telecasters estavam fazendo Cabronitas com essa madeira, resolvi comprar no ebay. O Sugar Pine (uma variação do nosso Pinus) é levíssimo, de baixa densidade e muito macio, bem mais do que o brasileiríssimo Marupá.
Por que não tentei comprar uma Mexicana? Porque embora curioso pra conhecer e tocar uma Cabronita, nunca botei muita fé (na verdade não gosto mesmo) em Teles com humbuckers, mas os Filtertrons têm uma sonoridade única e talvez...

O corpo chegou com alguns pequenos defeitos, ranhuras provocadas pelo corte CNC na madeira muito frágil. Nem quis perder tempo (pra variar) e reclamar com o fornecedor americano e usei um pouco de massa de madeira para nivelamento. A Cabronita tem várias peças exclusivas, meio caras (pra nós, pobres brasileiros que temos que pagar os absurdos impostos de importação) e difíceis de encontrar, a começar pelos Filtertrons e TV Jones. passando pela ponte hardtail, escudo e placa traseira de controle.

Bem, toquei o barco e o primeiro passo era decidir a cor. Preta como a maioria? Humm... Eu estava a tempos querendo testar uma técnica antiga que utiliza folhas finíssimas de ouro (golden leaf) que deixa a superfície verdadeiramente dourada, com infinitas variações de brilho e cor em cada ângulo que olhamos.

Eu tinha aqui em casa vários pacotes de Golden Leaf da década de 40 e 50, que estavam numa caixa (de charutos Jamaicanos) dessa época, obtida em Nova York em 2001. A caixa em si é uma volta no tempo: também tinha fotos originais, fusíveis e até um compasso. Mãos à obra...


Golden Leaf no top e tinta dourada no restante, tudo coberto com algumas finas camadas de verniz.
O mais chato foram as adaptações: as cavidades eram muito rasas para os Filtertrons (e eu não tenho tupia - tive que me virar, como sempre, com a Dremel) e eles são presos por parafusos longos direto no corpo. A regulagem da altura é obtida por pressão sobre uma espuma retrátil colocada embaixo. Até acertar o jogo de pressão, é foda.

Mas acabou ficando pronta (braço licenciado Fender da Mighty Mite). Quando fui tocar, o corpo de Sugar Pine mostrou suas fraquezas (já imaginava): nem de longe tem a ressonância do alder ou ash, mas como os captadores são Filtertrons, depois de alguns ajustes, consegui tirar um som mais do que decente.

Nem pensar em colocar um escudo por cima desse dourado verdadeiro... :)

         Descobri que Filtertrons são, mais do que qualquer humbucker, extremamente responsivos aos ajustes de altura do corpo do captador e dos parafusos das bobinas. Ambas as bobinas têm parafusos ajustáveis e conseguimos mudar muito a resposta de cada corda fazendo um jogo entre a diferença de altura dos parafusos das duas bobinas e deles em relação às cordas. MUITO interessante...
No atual momento, até entendo porque muita gente tá usando corpos de sugar Pine para Cabronitas (e até Teles clássicas). Depois de duas semanas tocando com ela, posso garantir que aprendi a gostar do som, principalmente dos médios do Tron da ponte. Lindos.

Por via das dúvidas, e agora já conhecendo melhor o Marupá, encomendei um corpo de Cabronita de Marupá (25-40% mais pesado que o Sugar Pine) com o luthier Adriano em Belo Horizonte. Especifiquei as cavidades (agora com a profundidade correta) e ele programou na CNC. O corpo já chegou e é lindo, peça única, muito bem feito. 200 reais, minha gente... No Brasil tem coisa legal, é só procurar.

Se conseguir mais um par de Trons ou TV Jones, monto outra, só por curiosidade :)






quarta-feira, 17 de abril de 2013

Junção braço e corpo de guitarra: tipos.


          Prometi que faria um post sobre esse assunto e já tinha separado várias coisas, mas ontem me deparei com um excelente artigo do luthier Samuel Soares e seria redundância fazer outro. Inclusive a fonte por ele citada (Dave Hunter - GP 2008) é a mesma que eu também citaria, além do Henry Ho (Raio X Da Sua Guitarra - GP 2002).
Segue o link para o artigo do Samuel Soares: "
"Dissecando a guitarra: Parte VI – Junção braço/corpo"

Além das junções citadas, existem outras (geralmente variações) menos comuns. 
Se sacas bem o inglês, recomendo também uma lida nesse artigo do polêmico luthier americano Ed Roman, que adora queimar o filme da Gibson... :)

Não é preguiça, não... O artigo do Samuel Soares/Dave Hunter é bem completo e fácil de entender.

Lembro sempre que não existe um tipo de junção superior/definitiva. Cada uma influencia de forma característica no timbre e todas têm o seu valor. O timbre clássico das Fender deve-se em grande parte à "deficiência" (ou eficiência, dependendo do ângulo que analisamos) da junção parafusada. Tanto é verdade que teles e stratos de braço colado nunca vingaram. O oposto ocorre com as Gibsons.

E, independente do tipo de junção, a sua qualidade sempre deve ser medida pelo grau de contato entre as madeiras do braço e corpo. "Tight"/apertada, justa, como dizem os americanos. Quando o braço encaixa no tróculo como uma "luva", firme e justa, podemos usar até cuspe para colar que a transmissão das vibrações sempre será boa, sem perdas... :) 

sábado, 6 de abril de 2013

Me engana que eu gosto! A invasão das guitarras chinesas

          Eu tenho várias coisas na manga pra postar - tipos de junção braço/corpo, uma série de dicas grátis do meu amigo luthier Inaldo... Mas depois que li a excelente coluna do mestre luthier Jol Dantzig na revista Premier Guitar deste mês (clique para ler) e sua repercussão (clique para ler), resolvi falar justamente sobre isso: até que ponto os grandes (e médios e de boutique) fabricantes de guitarra estão terceirizando a sua produção no oriente (leia: China, Coréia, Indonésia, Filipinas, India, etc.)?

JOL DANTZIG

Em sua coluna, o luthier Jol Dantzig, um dos criadores da Hamer Guitars, menciona que recebe constantemente "ofertas" de grandes fábricas chinesas para produzir guitarras com eles. Eles enviam fotos de pilhas enormes de guitarras de várias marcas conhecidas, lado a lado. Além disso, listam os nomes das empresas para as quais produzem guitarras e baixos.
Jol Dantzig, vendo a lista dos clientes desses chineses, diz: "Ei! Eu pensava que esses caras realmente faziam suas guitarras..."


Quem são "esses caras"? Eu fico pensando... Além dos de praxe, Gibson, Fender, PRS, com suas segundas linhas, será que Fano, Framus, Reverend, Godin, Music Man, D'Angelico, GJ (nova Grover Jackson), Parker, G&L, etc., realmente fazem suas guitarras? Até o nosso velho mestre Tagima sucumbiu à tentação e tem uma linha chinesa. Ontem fui na loja Mensageiro Musical e vi uma nova guitarra da Tagima, modelo Les Paul. Extremamente parecida (peso, detalhes, acabamento, braço) com as Condor CLP. Vi um violão Giannini e outro Strinberg idênticos, só mudavam os logos. TUDO chinês e se bobear, da mesma fábrica.
Pra completar o devaneio patético, o violão Giannini tinha problemas de afinação - parece que eles não conseguem fazer um violão bom nem na china - PQP!

Enfim, virou essa palhaçada que no Brasil beira o ridículo. Tem "fábricas" aqui que não apertam um parafuso sequer. A maioria consiste num escritório de importação e um depósito pra receber a carga chinesa.

Nunca engoli caras como o Bill Nash. Putz, ele só monta e finaliza. Tudo bem que os fornecedores são americanos e bons, mas isso eu também faço aqui em casa. O foda mesmo é ver uma Telecaster montada por ele ser vendida na Two Tone de São Paulo por 7 mil reais.

Eu posso desenhar um modelo de guitarra, inventar algumas alterações simples mas manter grande parte do visual de alguma guitarra clássica, entrar em contato com uma fábrica qualquer na china (como a Shandong Huayun, da foto abaixo) e, com um CNPJ nas mãos, criar uma marca própria. Coloco um anúncio na Guitar Player Brasil e... pronto, virei um "fabricante nacional".
O Jol Dantzig acabou de postar que o pessoal (os montadores de guitarra disfarçados de produtores) já começou a reclamar do que ele postou. Ele devia é ter dado os nomes!


PS1: Não estou criticando a qualidade das guitarras chinesas. As top de linha são muito bem feitas e o processo de automação/CNC nos dias de hoje é quase uma garantia de tocabilidade. Mesmo guitarras vendidas para os nossos "fabricantes nacionais", que às vezes custam menos de 100 dólares completas, podem ser viáveis e úteis para iniciantes. Vários luthiers e pessoas do meio (Tim Shaw, Jol Dantzig, J. T. Riboloff, etc.) já mencionaram que o oriente tem capacidade de produzir excelentes guitarras.
A questão aí é que alguns fabricantes estão omitindo a origem de suas guitarras. Como consumidores, temos direito à essa informação.