quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Guitarra? "Só sei que nada sei!"

Paulo May

Essa guitarra NÃO soou legal:



 Essa guitarra soou PERFEITA!:


          "Só sei que nada sei" é uma expressão atribuída ao filósofo grego Sócrates e me veio à mente há dois dias, depois de mexer numa telecaster.
Toco guitarra há quase 36 anos e há pelo menos 6 venho estudando e tentando entender seus fundamentos físicos: estrutura, timbre, funcionalidade, etc... Seis anos... é um curso de medicina :) Já era pra eu ter dominado quase todas as nuances técnicas que determinam o timbre de um instrumento... Imagino que o Oscar já tenha passado pela mesma pane mental que sofri nessa terça-feira - se não passou, vai passar com certeza :) (Ele tá viajando e ainda não conversamos sobre isso).

Então, esse post vai servir para eu contar essa história e já avisar a todos que, pelo menos da minha parte, doravante não haverá conselho, dica ou orientação definitiva sobre guitarras. Não me perguntem sobre qual coisa combina com tal coisa, porque "só sei que nada sei" :). Se alguém perguntar, eu vou responder com esse link! KKK

Lembram-se do post dessa Telecaster de freijó? (CLIQUE) . 



O post é sobre a relicagem dela, mas no final comentei sobre a sonoridade, aquém do que eu esperava... Pois bem, há tempos venho pensando (atenção: pensando apenas. Não há nada à venda :) )em colocar à venda pelo menos dez ou quinze guitarras (tenho 40, eu acho) porque não há mais espaço aqui em casa. Boa parte delas é fruto das minhas experimentações e só tenho guitarra que eu gosto, por uma ou outra razão. Quando a guitarra fica ruim mesmo, é desmontada (por isso tenho também inúmeros corpos e braços por aqui).

A Telecaster de freijó foi uma das selecionadas para ir embora. Adorei o relic e sempre quis ter uma tele branca assim, mas cismei que o corpo de freijó não tinha o equilíbrio de frequências ideal e tratei de prepará-la para a venda...
Pensei: "É uma madeira que só vai soar bem com saturação, então vou deixá-la com timbre e tocabilidade modernos e manter o visual vintage". Coloquei um braço de maple/rosewood com raio de 14 polegadas, fino/sem muita massa, 22 trastes, cujo headstock foi modificado para telecaster. Frequência de ressonância: D# (teoricamente, deveria soar mais grave). O do post anterior, de maple da Mighty Mite tem FR em F# (portanto deveria ser mais agudo). Retirei a ponte Gotoh de latão (a minha preferida) e coloquei uma genérica ferrosa (zinco) totalmente vintage, com 3 saddles (que eu detesto). Tinha um captador clássico Rosar aqui, mas já que a guitarra seria "roqueira", coloquei um Rosar Dual Blade Twin Vintage T (toquei 10 anos com um Seymour Hot Rail e criei alergia a dual blades).
Então agora essa tele havia ficado com pelo menos quatro características que eu pessoalmente não gosto: corpo de freijó, raio de 14, ponte de 3 saddles e captador dual blade. Veja:


Assim que acabei a montagem, fui testá-la  - e só pra ver se tava tudo ok, pois tinha certeza que o som seria do tipo que eu não gosto, que não conseguiria afinar legal as oitavas por causa da ponte de 3 saddles, etc. etc. Foi nesse momento, que liguei a guitarra (tarde da noite - utilizo uma simulação do Fender Pro Jr e outra de Marshall/Slash do Amplitube como protocolo inicial de avaliação de timbre), que me transformei de "expert" em palhaço! :)
O timbre do captador da ponte veio lindo já no primeiro bordão... Toquei uns 30 segundos de queixo caído, passei para o do braço e ele estava soando pelo menos 50% melhor do que na configuração anterior. Mais estalo e dinâmica. A combinação dos dois, lindo timbre também... Putz!

Despluguei do computador e fui obrigado a ligar o amp (real) Mesa Boogie 5:25 pra confirmar... Arrisquei ser execrado pelos meus vizinhos, mas ela passou pelo teste novamente, inclusive no modo "classe A", que é crítico para as guitarras. 
Uma palavra define o que senti: "Vida". Mesmo com o dual blade, mesmo com a ponte de 3 saddles ferrosa, mesmo com o corpo de freijó, a guitarra tava soando viva, com um nível de resposta dinâmica, definição e timbre que só ouvi nas melhores guitarras.
E o mais ridículo veio em seguida: Consegui uma afinação de oitavas "digna" e plenamente funcional com 3 saddles, coisa que nunca havia obtido antes, nem com carrinhos compensados. 

Alguém lá de cima quis me punir pela arrogância e presunção e veio com 3 chicotes de uma só vez! :)

Claro que o single de alnico (Vintage Hot T) tem o ataque mais bonito e orgânico que dual blade (Twin Vintage T), mas descobri sutilezas nesse dual blade que achava impossíveis de existir. Ele tem identidade própria, porém mantém-se um servo fiel da Telecaster: o timbre clássico é respeitado, com um ataque mais rápido e presente e o bônus do silêncio noiseless... Satura maravilhosamente (é na saturação que ele realmente é magnífico), mantendo uma surpreendente definição das notas. 
Novamente me curvo à genialidade do Sérgio Rosar. E olha que esse captador já estava aqui em casa há mais de um ano. Quando me entregou o Twin Vintage, ele disse: "Sei que tu não gostas dos dual blades, mas se tiveres um tempinho, teste esse..." Putz!
Captador Sérgio Rosar Twin Vintage


         O que provocou tamanha mudança (pra melhor) do timbre? Braço? Ponte? Captador? A minha cabeça tá dando voltas e não encontra uma resposta definitiva e protocolar. Esse braço não deveria soar tão aberto, o dual blade deveria soar mais duro e desajeitado, principalmente pela ponte ferrosa e seria impossível afinar as oitavas com essa ponte. O braço é um fator muito importante pois houve uma melhora clara no timbre e resposta do captador do braço. Mas esse mesmo braço não soou bem numa tele de mogno, anteriormente.

Quem leu o outro post pode perceber que eu até intui nessa direção (mudança do braço, ponte ferrosa), mas não nessa proporção. Vários experts já mencionaram que nunca dá pra ter certeza absoluta da sonoridade final de uma guitarra, porém eu experimentei na prática uma improbabilidade completa, segundo meus critérios. 
Agora, diante dos fatos incontestáveis aos ouvidos e com meus critérios mais desvalorizados do que as ações do Eike Batista, só me resta mesmo parafrasear Sócrates...Com a diferença que Sócrates realmente sabia muito! :)

Eu tenho uma listinha de rascunhos de "próximos posts" - olhem só o título de dois deles:
"Minha Vida No Cárcere: 10 anos com Dual Blades" e "Quer sofrer? Ponte de Telecaster com 3 Saddles"
KKK! Quem diria...

Assim que tiver um tempo, gravo alguma coisa com ela pra postar aqui. Provavelmente vai estar num futuro grande post sobre timbre de Telecaster. 

Por enquanto, só sei que nada sei - ninguém me pergunte mais nada... O Jr. (Oscar) vai ter que se virar sozinho aqui! :)

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Comentários Pós-Post:

O Jr. me enviou um e-mail e suas considerações são perfeitas - resumem o que de fato deve ter acontecido:

"O que eu acho que pode ter melhorado:
1 - A ressonância do braço e do corpo "Casaram" perfeitamente e a guitarra acordou.
2 - A ponte vintage e os saddles de aço acentuaram o ataque e melhoraram a dinâmica
3 - O Twin Vintage é um cap muito legal!! :-) Com ponte ferrosa ele tem ATÉ um pouco de Twang!

1 - Sim, o braço e o corpo casaram perfeitamente. Mesmo com menos massa no braço, dá pra sentir o corpo de freijó vibrando, e bastante. Isso não ocorria com o braço de maple.
2 - Com certeza, e aqueles médios graves chatos e embolados sumiram.
3 - Isso que é o mais incrível: mesmo com duas bobinas, duas lâminas e uma barra cerâmica, o Twin tem Twang! :)

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Vídeo 31/12/13:



69 comentários:

  1. Jack

    Essa é a beleza da guitarra! Totalmente imprevisível...hehe...

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    1. Eu sei Velhinho, mas era pra ser "parcialmente imprevisível". Supostamente deveríamos dominar os critérios básicos de combinações. Ele ficou a uns 180º do timbre que eu imaginava!

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  2. Talvez a unica pergunta que ainda cabe neste post é...

    Ainda vai vender a guitarra?

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    1. KKK! Claro que não! :) Ela ficou ideal pra tocar ao vivo. Tem um visual vintage, timbre e versatilidade modernos e o dual blade é noiseless.
      Eu sei que tenho que desapegar de algumas guitarras, mas essa aí não dá agora...
      Provavelmente vou vender a de Marupá, a Black Jack e a de Mogno - todas com dor no coração :)

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    2. Se vai vender a Black Jack já vou preparar o bolso, tava me inspirando nela pra montar un tele, puta guitarra linda. Caso uma hora decida vender me da um toque rs

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    3. :) És o terceiro da fila, Tiago. Eu já prometi para um amigo meu de floripa que se vendesse, seria pra ele. Nem sei se ele ainda tem interesse ou já conseguiu uma, mas tenho que avisá-lo primeiro.
      De qualquer maneira, se colocar as guitarras à venda, avisarei com um post no blog.

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  3. Boa, existe mesmo o imponderável fator "X", mais a ver com os X files do que com o Eike, kkkk, a verdade é que os rails na ponte de tele funfam, que o diga o Mike Stern, vamos falar a verdade, guitarra e mulher são duas coisas imprevisíveis, quer saber como uma guitarra vai soar, monta ela, quer saber como uma mulher vai se comportar, vai morar com ela !!!

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    1. E esse dual blade é bem dinâmico... Realmente, mulheres e guitarras têm mais semelhanças do que imaginamos, chauvinismo à parte... :)

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    2. Paulo gostaria de uma indicação para um captador pro braço da minha tele, que fosse um stack. Obrigado!

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    3. Só posso comentar/indicador o que conheço ou uso, Sargento. Nunca usei ou esmo gostei de captadores stacked.

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  4. Olá, aproveitando o gancho que o braço desta guitarra deu kkkkk, gostaria que você com seu conhecimento adquirido em seus testes, tentativa e erro, falasse o que você sabe sobre: braço maple ou rosewood. Não é apenas uma questão estética, a diferença sonora existe com certeza, graças as escalas de madeiras distintas. Até onde eu sei a Fender começou a fabricar as escalas em rosewood, para contrastar com os dedos, e dar a impressão que o guitarrista se movimentava rápido, será ?

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    1. Estás brincando Fernando! Depois desse post fazes uma pergunta dessas? :)
      No momento só posso te responder que a principal razão da Fender trocar de maple para rosewood foi porque o maple sujava muito e ficava feio. Além disso, todos os concorrentes na época usavam rosewood.

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  5. Olá, Paulo! "ligaste" o captador da ponte em série ou paralelo? Abraço

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    1. Padrão. Paralelo, né? A resistência dos dois juntos cai pela metade. Só gosto dessa configuração.

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    2. Paulo, perdão, mas não entendi. Quando dizes que está ligado em paralelo é em relação aos 2 captadores, ponte e braço? Ou somente a ponte?

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    3. Paralelo entre os dois captadores, Alexandre. O Dualblade foi instalado como veio, com as duas bobinas ligadas no padrão clássico, em série, com inversões de fase magnética e elétrica. Nunca achei legal ligar as duas bobinas de um humbucker em paralelo. Aliás, nem sei fazer isso.
      PS: evite fazer perguntas "dentro" de outra pergunta, porque é um inferno danado pra localizar, no meio de tantas. Quase deixei sem resposta porque não encontrava. Em posts com muitas perguntas e mais antigos, crie uma nova lá no final e cite o assunto em questão, ok?

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  6. Hahahaha!! Eu que nào tenho nada a ver com a história que pago o pato?? :-D

    Isso me lembra a situação que eu passei com uma Tele Mex que eu tive e que gerou o post sobre Pontes de Tele: http://guitarra99.blogspot.com/2013/05/ponte-de-telecaster-entrando-nos.html

    Incrível como as vezes UMA PEQUENA alteração que as vezes a gte nem sabe onde foi acorda uma guitarra!!

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    1. Lembro e agora lembrei também que já havias elogiado esse Twin Vintage do Sérgio. Só que eu andava tão cabreiro com os dual blades que ignorei completamente. A minha relação com eles ainda é de amor e ódio. Esse foi uma exceção, porque não tenho mais nenhuma guitarra com dual blade... :)

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  7. Paulo, neste caso a mudança do braço não pode ter sido o principal fator? Lá no fórum contrabaixobr o pessoal discutiu bastante sobre as relações entre timbres, madeiras do corpo e do braço, sendo que a maioria percebeu maiores alterações relacionadas às mudanças do braço.

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    1. Com certeza! E isso graças a deus eu já sabia e até havia citado em outros posts. A combinação correta de braço e corpo é crucial. O problema aí é que eu achava que já tinha controle sobre essas combinações... Não adianta. Tem que colocar e ouvir - não dá pra antecipar nada! :)

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  8. Me lembrei de um video da custom shop da fender onde o master built selecionava as madeiras do corpo e braço dando umas batidinhas e ouvindo como soavam. Talvez a mudança do braço foi o fator mais determinante.. casou bem corpo e braço.

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    1. Esse vídeo foi postado aqui e eu acrescentei as legendas. Pois esse post mostra que aquilo nem sempre é verdade - "combinar" frequências de ressonância não é garantia nenhuma, portanto.

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  9. Isso aí Paulo! Nem tudo é 100% definitivo. Aliás, acho que as regras que criamos/aprendemos servem para aumentar as chances do acerto e diminuir as chances do erro, e isso já é excelente. Porem tudo é possivel nesse universo das guitarras, se jogar nessas variáveis ainda os amplificadores e outros perifericos, aí a coisa pode mudar ainda mais! Recentemente tinha falado pra ti lá no forum GP que eu conseguia uma afinação decente de oitavas com a ponte vintage com 3 saddles, tu disse que era sorte minha, lembra? Kkkkk. Pois é, legal chegar a essa conclusão que é possivel....
    Abs
    Rodrigo

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    1. Mordi a língua, né? :)
      Tive muita sorte nessa tele... Aquela pestana de mi na oitava tá bem decente - só dá pra perceber algum problema se tocar o mesmo acorde num teclado, mas plenamente passável.
      Foi a primeira vez que consegui uma afinação decente com 3 saddles... :) A minha 68 não afinava nem à pau.

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  10. Grande Paulo e Jr. A cada dia o blog fica melhor. Parabéns!

    Inspirado em seus posta, estou com dois projetos de teles.

    A primeira é uma Samick Art Valley Custom Shop, igual a do link:

    http://www.guitar-museum.com/guitar-15012-Samick-Valley-Arts-Custom-Shop-52-Telecaster-Ash-Body

    Corpo em ash e braço em maple. Vou aproveitar somente o corpo, por ser de ash de duas peças. Tem um visual muito legal. A sonoridade só depois de pronta para saber.
    O braço será um Might Mite com escala em Rosewood que estou trazendo de fora.
    Na ponte, vai ser um SR Vintage Hot ( Viciei nos pups do Rodar graças a vc e ao Jr.). O captador do braço estou na dúvida. Um pena o Rodar não ter nada específico de tele, pois essa quero deixar uma Fender 52 like..rsss.
    A ponte será uma vintage, com base ferrosa e sadlles de latão. Bom se eu entendi certo o que li aqui e no forum GP, essa configuração realça a twand ( me corrija se falei besteira ).

    A segunda é uma feita por um luthier daqui com corpo de marupá e braço de marfim. Como não são madeiras clássicas de tele, vou aloprar pra ver no que dá. Na ponte vou seguir o seu post e colocar um SR Twin Vintage e no braço já pensei em P90, humbucker, single e até o Rodar RF-1. Vou colocar push-pull para série e paralelo e a ponte será de latão devido só Twin Vintage.

    Bom, dicas e sugestões são muitíssimo bem vindas e se falei muita besteira, por favor solte o verbo.

    Grande abraço!

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    1. As guitarras prometem, Rafael :)
      O Oscar sempre me falou muito bem do Rosar RF-1, mas eu nunca o testei pessoalmente. Os outros dois são fantásticos :)
      Boa sorte na empreitada! :)

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    2. Em relação as pontes, meu raciocínio está correto ou viajei demais?

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    3. Rafael, o raciocínio tá correto, mas eu acho que não existe regra definitiva. Para o Seymour Duncan, por exemplo, o que funciona em relação à combinação de tipos de pontes e captadores é exatamente o contrário do que funcionou comigo... :)

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  11. Estou curioso em como essa madeira se sairia numa strato.

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    1. Acredito que, desde que o braço não seja de maple (leia o comentário abaixo, na pergunta do Marçal) com escala de maple, pode soar legal. Mas eu não me arrisco mais com o freijó. Acho que o que rolou aqui foi sorte! :)

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  12. Ótima essa mudança de rumo com a tele de freijó!

    Confesso que quando o Paulo reprovou a madeira, pensei comigo, porque tanto luthier bom no Br defende com unhas e dentes o freijó e um cara tão experiente não conseguiu tirar nada dela?

    Acho que nesse conjunto de improbabilidades que funcionaram, quando opta-se por madeiras não clássicas o resultado fica bem imprevisível.

    Fender e Gibson seguem com suas combinações clássicas entre outros motivos para minimizar essas surpresas, penso eu.

    Nonsense: Já pensou se a Fender faz uma tele de basswood com top de maple, entrega para o Mike Eldred, ele testa e diz: a melhor que já toquei na vida!

    Ia ser um tal de carinha se jogando de cima da ponte, que não seria fácil KKKKKKK

    PS: Chamou a atenção o fato dessa ponte chinesa, provavelmente uma Condor ou até inferior junto com um dual blade refinado ter ajudado tanto no som. Pelo relato do Paulo e opinião do Jr, isso pode ter influenciado tanto ou até mais do que o braço.

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    1. Marçal, o Sérgio Rosar tem uma strato de Freijó com braço de maple, linda, feita pelo Copetti se não me engano, e eu nunca gostei do timbre dela. Também não havia gostado de outra strato de freijó do Zaganin, que toquei rapidamente numa loja... Quando percebi quase o mesmo desequilíbrio nessa Tele, já sai reclamando do Freijó... :)
      Note que todas tinham braço de maple, o que pode ser uma pista...

      Não duvido que uma tele de basswood com top de maple possa soar magnífica. Para o John Surh (e o Eddie Van Halen), essa é o holy grail da combinação de madeiras para o corpo...

      A ponte chinesa podeira matar uma tele equilibrada, mas nesse caso a degeneração dos graves e médio graves que ela inseriu é que provavelmente trouxe equilíbrio para o conjunto.

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    2. É aquela tal história, as vezes para melhorar temos que piorar rsrs

      Concordo que para quem não quer ficar batendo muito a cabeça em teles e stratos, vai de alder ou ash mesmo sem inventar muito.

      Mas é sempre legal essas descobertas com o improvável.
      Abraço!

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  13. Paulo tenho interesse em comprar braços de guitarra com vc qual seu email me manda seu contato
    meu email é maik.gobbo@live.com

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    1. Vale a resposta acima para o Buster, Ednilson.
      Sim, a Paradise seria uma provável, pois consegui a Gibson, mas o Oscar vai ficar com ela por um tempo pra testar diversos captadores que ele trouxe recentemente dos EUA.

      Quando ele acabar, podemos conversar, mas a guitarra estará em Curitiba.

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    2. Estou interessado também na Paradise. Não quero atravessar ninguém, mas se o amigo de cima não ficar, sou o próximo da fila. Por sinal, virá com os SR Mojo?

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    3. :)
      Rafael, ela tá zerada e ainda tenho a caixa original. Está com um Mojo no braço e um Tim Shaw na ponte. Vou retirá-los porque o Oscar vai utilizá-la para uma série de testes de captadores. Vou deixar os caps originais (que não são grande coisa, mas alnico, etc.) com ele, just in case. Se for vendê-la, acredito que será como originalmente a comprei, mas tudo dependerá da negociação e do interesse em um timbre específico de quem comprá-la. De qualquer jeito, de agora em diante ela estará em Curitiba com o Oscar.

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    4. Paulo, o interesse é total. Eu tenho uma Gibson Clássico 95 com um par Mojo. Fantástico! Ninguém acredita no som ao estilo strato que tiro no braço. VC fez algo mais nela( ponte, tarraxas....)? Qto estar em Curitiba, sem problemas. Se o Jr me receber para que eu possa pegá-la, OK! Vamos conversando. O Jr. tem os meus contatos.
      Sobre os projetos das minhas duas Teles, tudo devidamente orçado. Agora é espetar chegar e iniciar a brincadeira.

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    5. Já que ela esta aqui em Curitiba, eu gostaria de testa-la, e se o preço for interessante eu levo, to procurando uma lespa boa faz tempo.

      Entre em contato: eddie.tavares@live.com

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    6. Rafael e Ednilson - é aquilo que escrevi aqui abaixo para o Buster. A Paradise provavelmente estará na (futura) lista, SE eu resolver vender algumas guitarras. Não sei vender e nunca vendi nenhuma guitarra..., só sei comprar! :)
      Mas o interesse de vocês já tá anotado.

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  15. Paulo

    Quero braço do Telecaster non recebi nenhum contato teu cara

    e procuro uma Lespaul tbm vai ser a vista e estou precisando amigo

    Abrs e tudo de bom

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    1. Buster, esse blog não VENDE nada. Eu e o Oscar não somos luthiers e nem comerciantes. Temos outras profissões e amamos guitarras... Eu apenas citei (e já tô me arrependendo) que precisava vender algumas das minhas 40 guitarras por falta de espaço.
      Como disse o Oscar: "SE" algo for colocado à venda, avisaremos, mas é bem provável que não utilizaremos o blog para comércio, até porque isso nunca foi e nunca será um dos objetivos do blog, ok?
      Abraço,
      Paulo May

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  16. Pessoal, ainda não tem nada a venda!!! rsrsrs

    Quando isso ocorrer (SE realmente ocorrer) faremos um post específico ou algo do gênero para tanto OK?

    Vc`s vão ficar sabendo de todos os detalhes !! rsrs! :-P

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  17. Olá Paulo, tudo certo?
    Cara, tenho uma questão meio off topic aqui, mas como não achei nenhuma postagem com o assunto específico, comentarei aqui.

    Eu toco numa Les Paul Epiphone há muito... MUITO TEMPO. Mais recentemente comprei uma Cort Aero, que é um estilo "RG" que foi adquirida meio que em homenagem a uma YAMAHA RG que tive quando adolescente, e que vendi quando comprei a Les Paul e me arrependi.
    Ok. Apesar de ser uma guitarra muito diferente da Les Paul, me adaptei legal ao corpo, muito fino e ergonômico, e ao braço, também muito fino e confortável. Precisei de quase nenhum ajuste para usar ela, e como ela tem singles, sempre que preciso de um timbre um pouco mais "strato" num show, uso ela.

    Ok... mas aí começou a bater a vontade de comprar mais guitarras. Como já sou leitor do teu blog também há um tempo, e não sou a pessoa mais rica do planeta, resolvi ir pelo lado comprar guitarras mais baratas e tunar. A primeira que comprei foi uma Stringberg modelo telecaster, aquelas estilo thinline. Ela era linda, podém simplesmente não consegui me adaptar ao braço. Nem cheguei investir nela pra ver se ficava boa. Vendi. Achei que era a Stringberg que tinha feito braço ruim mesmo.
    Hoje apareceu um negócio numa daquelas Squier 51, sabe? Aquelas que tem corpo de strato, braço de telecaster e um escudo estranho, etc. Como é uma Squier, pensei que o braço seria mais bacana, mais parecido com de uma Fender original. Eu nunca toquei com uma, mas gosto do som e como vejo caras como o Richie Kotzen tocando com agilidade em umas, achei que o braço seria muito confortável.

    E aí que está meu problema: Também não gostei do braço nessa. A sensação que eu tenho é que a distância entre as casas são maiores, embora eu saiba que não é o caso. E é estranho porque toco numa Les Paul que tem o braço bem gordo e é onde melhor me dou. Mas nesses braços "telecaster" parece que meus dedos não respondem da mesma forma, fica mais difícil, mais duro pra tocar.
    Pelo tamanho da escala, a minha Cort teoricamente seria o mesmo tamanho, só que com braço mais fino. Nela me dou bem, na Squier, nem falar.

    Sabe dizer qual é a diferença do braço telecaster para as outras? Será que não vou poder nunca nem mesmo ter uma Telecaster Fender ?

    Valeu Paulo. Grande abraço!

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    1. A escala da Aero é de 64,8cm (25 1/2), o mesmo comprimento das Fender, mas o raio e de 12 polegadas e o da 51, 9,5". Além disso, aposto como o braço da Aero tem o contorno em "C" achatado, o mesmo da minha KX Custom e deve ser esse o detalhe que faz a diferença pra ti:
      Na pegada, um "C" achatado" (mas não largo como o das Ibanez) permite maior alcance dos dedos, dando a impressão de que a escala é menor. Os braços Fender variam muito, mas via de regra têm o formato de "C" clássico, ocupando mais espaço das mãos. Eu tenho mãos médias e adoro o braço da minha KX Custom (o da KX-5 é um pouco mais gordo), mas esse tipo de braço infelizmente tem pouca massa, o que pode (em teoria, porque esse post prova que na prática tudo vale) comprometer, emagrecer o timbre.
      O melhor braço do mundo, pra mim, é o da minha Tele 68,, fica perfeito na minha mão.

      Então, um conselho de um ex-viciado em um só tipo de braço: adapte-se! :) Hoje consigo apreciar o braço gordão da minha Les Paul 81 e o meu cérebro já o "aceita" numa boa... :) Deixei de tocar em Les Pauls por uns 20 anos por causa dos braços gordos e isso foi uma grande estupidez, comodismo puro.
      A adaptação não dura mais do que uns 3 ou 4 dias tocando - desde que venças a tentação de voltar para a aero - só podes voltar a tocá-la depois :)
      Obviamente isso não vale para braços toscos e mal feitos como deve ser o daquela Strinberg... :)
      Se não conseguires, podes ficar que nem eu há alguns anos, entrando de loja em loja procurando o braço perfeito! A guitarra podia ser horrorosa, mas se o braço fosse "do meu jeito", levava! KKK! :)

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  18. Boa tarde Paulo.
    Depois de ouvir seu podcast, tive a idéia de lhe escrever mais uma vez com uma idéia:
    Fui colaborador do pedalmaniacs por um tempo, onde eu era o responsável por fazer os reviews dos pedais.
    Já não sou mais colaborador há um tempo, mas gostaria de continuar a fazer reviews e estou preparando um canal para isso.
    Seria interessante para vc que eu gravasse reviews das suas guitarras?
    Se quiser, me responda em thiagokerzer@yahoo.com.br

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    1. Não entendi direito, Thiago: como gravarias os reviews?

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    2. Faria um vídeo inicialmente tocando com a guitarra sem efeitos, depois apresentaria a guitarra dizendo as specs dela e como vc chegou nela (obviamente referenciando sempre) e ao final, mais uma vez tocaria com overdrive ou algum efeito.
      Obviamente, para gravar os reviews, eu teria que receber a guitarra e depois enviá-la de volta. Pra isso, precisaríamos combinar algo bem sólido.

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    3. Thiago, não faz muito sentido prático porque eu não produzo/fabrico/vendo guitarras e o objetivo do blog é mais amplo do que demos específicas. Mesmo que o foco fosse demos de guitarras, eu não teria tempo livre para uma logística dessas e acredito que o Oscar também não.
      Mas agradecemos imensamente a tua oferta e boa vontade! :)

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    4. Eu é que agradeço a cordialidade e ponho-me à disposição caso algum dia mude de idéia. Grande abraço.

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  19. Paulo, desculpe pela resposta dentro da resposta! Achei que ficaria mais fácil de localizar!
    Poxa, agora entendi! Na hora fiquei encucado, pois no vídeo o som pra mim é humbucker, cheio, extremamente definido. Achei que estava surdo até se ele não estivesse em série! Hehehe
    No mais, esse teu vídeo demonstrando o Twin Vintage me deixou de queixo caído com esse dual blade. Troquei uma ideia com o Sérgio e vou instalar um na ponte da minha Strato Eric Clapton com Laces Gold.
    O Rosar disse que vai na onda PAF e cairia muito bem com os Lace Sensor Gold, que têm baixo ganho. Aproveitando, qual seria a tua sugestão de ligação na posição 2 (ponte/meio)?

    Um abraço!

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    1. Agora achei de primeira! :)
      Nunca usei os Lace Sensor, mas eu ligaria normalmente, em paralelo. é uma combinação legal o single com o dualblade. Dualblade splitado não serve pra nada e tem um som linear demais, então nem perca tempo com mini chaves ou pots push/pull.
      Esse dual blade é muito sensível à altura em relação às cordas, Existe um ponto ideal que vais encontrar experimentando. Eu prefiro deixar o lado grave um pouco mais baixo que o agudo. É um captador perfeito pra estrada :)

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    2. Valeu, Paulo!
      Seguirei tua sugestão! Nesse caso, ligado em paralelo com o cap do meio, se o SR Twin Vintage tem 10k de resistência e o Lace 5k, soma e divide por 2, certo? Eu teria na posição 2 o som de um single de 7,5k, é isso?

      Abrs

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    3. Sim, mas nem sempre a resistência bate com o volume real. Acredito que deverás ter um bom equilíbrio entre os 3, com o dual blade obviamente mais forte e cheio.

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  20. Fiz uma tele de freijó , na verdade é uma peça única de louro gaúcho ( nome popular ) encontrada só no rio grande do Sul , se trata de um freijó mas os veios são mais bonitos e sem os pretos q aparecem no freijó , com um braço de maple e finger de zebrawood . O som ficou maravilhoso , mas ela ficou dura , tem muito ataque quando se toca , captadores fender original vintage , e fiz uma stratocaster com esse freijó mas com braço de cocobolo , é um jacarandá avermelhado da Bolívia , madeira muito usada pela gibson violões e prs pra braços , ela ficou deliciosa se tocar ao contrário da tele , mas o som desequilibrado , dark com um sustein absurdo , ponte e pickups fender american standard , me dê uma luz !!!

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    1. É o Freijó, meu velho... Tanto nessa tele quanto numa strato que pertence ao Sérgio Rosar, percebo nitidamente um ataque mais agressivo/rápido dessa madeira, o que diminui a dinâmica e a deixa meio inapropriada para sons limpos e mais sutis.
      Quanto à strato, não conheço o timbre do cocobolo e pode ser ele o responsável pelo escurecimento do timbre. Acho que te arriscaste demais com as madeiras. :)
      Quando saímos das madeiras clássicas: alder, ash, maple e - por que não - marupá, fica difícil montar uma guitarra que tenha os mesmos timbres e dinâmica desses clássicos. A minha tele de tauari eu considero um timbre de tele novo, com curva de médios totalmente distinta do alder e ash, mas com um certo equilíbrio nas frequências.

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  21. Bom dia Paulo, tudo bem? Peguei uma Vintage V62 e vou botar uns humbuckers nela. No braço vai aquele Custom 55 Malagoli e para a ponte ainda estou me decidindo entre esse Twin Vintage e o Little 55 (Malagoli). Enfim, gostaria que opinasse na elétrica dela. Pots de 500k e capacitor PIO, certo? Vou de .047 ou um .022 soaria melhor? Abraço e desde já muito obrigado!

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    1. Fazer uma pergunta dessas nesse post? :) A minha resposta deveria ser: "Não sei"...
      Pots de 500, capacitores .022. PIO seria legal, mas a maioria funciona ok.

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  22. Paulo, em algumas pesquisas que vi, disseram que o freijó se aproxima muito do ash, será que confere?
    A minha ideia é montar uma strato de freijó, braço maple/rosewood e captadores p90. Pretendo me aproximar do som de uma jazzmaster.

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  23. Já toquei em 3 guitarras de freijó, incluindo a minha. Não acho tão parecido com ash porque o freijó tem ataque mais forte e rápido, podendo deixar a guitarra meio "dura" e sem nuances. Mas a minha experiência é limitada a 3 guitarras...

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  24. Eu queria saber mais sobre o Sérgio Rosar Twin Vintage, tenho uma configuração com dois humbuckers Seymour 59 e queria um bom single para o meio, sem ruído. Se os amigos puderam ajudar com opiniões, agradeço!

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    1. Leo, o Twin Vintage eh legal, mas esta mais pra um humbucker mesmo com mesmo patamar de ganho dos seus 59 do que um Single. Se vc quer um som mais com essa praia de single eu iria de RG1 ou Noiseless do Sergio mesmo

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  25. Muito bom! Parabéns!
    Até parece coisa de filme - Frankenstein de Mary Shelley, talvez?
    "A União de Muitos Rejeitados em Prol da Excelência!".
    Um Belo Trabalho!

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  26. Já testou esse capatador numa telecaster de Ash + braço de Maple? fiquei curioso pelo captador hehehehe abraço, Timbre de cair o queixo... Parabéns

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  27. Paulo,
    Encontrei uma combinação perfeita para uma minha segunda Tele, uma Parts-caster, mais encorpada, sem perder o twang típico:
    Seymour Duncan Sm-1n no braço (ouvi no YouTube e tratei de arrumar um!).
    Depois de testar toda minha tralha na ponte, usei o pick-up que tirei da Squier Classic Vibe, invertendo a polaridade da bobina. A posição 2, que geralmente tem um scoop de médios, ficou mais encorpada, mais cheia.

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