Paulo May
Há uns dois anos não me desligava completamente do meu universo pessoal, protegido pelo acesso selecionado à internet e TV à cabo. Incrível como, ao mesmo tempo que sabemos quase tudo que acontece de importante no mundo, alienamo-nos, na mesma proporção, da realidade crua.
Fui passar a páscoa com minha esposa e nossas duas filhas na casa da minha família em Laguna (SC), aqui perto de Florianópolis. Já sabendo que não teríamos internet e nem TV à cabo, fui de coração aberto e ingenuamente despreparado. Tinha o meu iphone, mas nem pensar em acesso discado, então levei apenas o livro "ACDC - A biografia" de Mike Wall para uma eventual leitura.
A casa tem sido pouco frequentada nos últimos anos e meus irmãos optaram por deixar apenas o básico, incluindo uma TV antiga com um receptor que capta uns 15 canais, todos da TV "aberta" - aquela que, imagino, a maior parte da população brasileira tem acesso.
Choveu e acabei zapeando pelos canais disponíveis. Em 48 horas, fiz um mergulho assustador num Brasil que de fato eu não conhecia, ou melhor, não percebia. Ou melhor ainda, mudou tudo pra pior e eu nem me toquei... Lepo Lepo do Psirico, sertanejo universitário, sertanejo funk, funk carioca, uma porrada de MC's, mulheres masculinizadas, bispos, pastores, televendas... PQP!! Que porra é essa?
Nunca vi tanta picaretagem na vida! Só dava pastor, vendedor esperto (que dá na mesma), mulher rã e cantor sertanejo - todos com o mesmo cabelo e "barba de 5 dias". Sem falar nos MC's tatuados até a orelha cantando - pecado maior - fora do ritmo na maior cara dura. Haja!
Nas primeiras quatro ou cinco horas cismei que provavelmente eu estava fora de sintonia, já que sempre acreditei que a cultura popular tivesse um valor intrínseco, independente do ângulo de análise. Mas não, mesmo respirando fundo e expurgando com sincera vontade os meus preconceitos e gostos, tudo era uma grande e patética merda.
Sou roqueiro por vocação. Mea culpa. Também gosto de soul, blues, funk (americano, please), até disco music e sempre consegui enxergar o valor de outros tipos de música. Isso é verdade de fato porque me peguei em dois atos falhos: Rolando Boldrin cantando uma música sertaneja de verdade e um grupo de samba (também de verdade) foram raros momentos de alívio nesse inferno. Quem diria... Os dois únicos links com o meu universo original.
Já estava esquecendo: também gosto de mulher, mas normal, com hormônios próprios e de preferência com peitos de verdade :)
Tudo bem, se a massa brasileira tá nisso, deve haver algo de bom, honesto e verdadeiro que justifique e talvez eu simplesmente não tenha capacidade, ou idade, ou bondade, o raio que for, de apreciar. Mas essa frase alguém já deve ter dito: "Se isso é o paraíso, por favor, me leve para o inferno" :)
Não quero e nem vou lutar contra. Deixo a deus dará e esse post é o máximo de quixotismo que sou capaz. Consegui algum alívio nesses dias em Laguna lendo o livro sobre a história do AC/DC. O mesmo AC/DC que descobri numa loja de discos em 1977 e me aliviou da invasão "disco" da época (nem de longe o horror dos lepo lepo de agora).
Das poucas convicções que restaram depois dessa avalanche medonha de mediocridade, uma devo mencionar: a energia honesta, orgânica, humana e pura do rock dos irmãos Young (e de tantas outras bandas, pois gosto muito mas não sou fanático pelos australianos) não tem paralelo em nada do que se produz hoje nos estilos populares. O rock atual - se é que ele ainda existe - tá agonizando e me preocupo se os links vitais com suas origens não estão perdidos pra sempre. Vamos ter que aguardar e torcer para que uma nova geração, se deus ajudar, mais humana, inteligente e inquisidora e menos palhaça, ignorante e intoxicada pela lascívia descubra alguns desses valores que estão, num passo lento porém inexorável, sendo esquecidos.
Cheguei em casa e assisti de uma vez só todo o show do AC/DC em Paris em 1979 (com o Bon Scott. é claro) e já consigo respirar melhor. Salve-se quem puder... :)
PS: pra não ficar tudo muito sério: o Rafael Aleixo me lembrou desse ótimo comercial da Kiss FM:
E achei isso também (não fiz a montagem e não abordaria a questão assim, mas tá engraçado pra c......! :) :
Fala Paulo!
ResponderExcluirCara, penso 100% igual a ti. Quando li o texto, parecia que eu tinha escrito. A musica, a guitarra e principalmente estes detalhes relacionados ao timbre, nos fazem mergulhar em um outro mundo via internet e nos deixa alienado, então qdo vimos a realidade a nossa volta o susto é muito maior. Esta merda cultural existe hoje no mundo todo, o problema é que no nosso país as coisas sempre são "amplificadas", tudo que é ruim aqui sempre será maior. Digo isso em todas as areas. Lamentável. Grande post. Muito sincero e até corajoso! Abs! Rodrigo (Itajaí)
De alguma forma eu sabia que ias gostar, Rodrigo :) Confesso até que de vez em quando roubei um pouco do teu ceticismo pragmático pra descrever o que tava sentindo. KKK!
ExcluirO Oscar passou o último carnaval em Laguna (mera coincidência, porque amo aquela cidade) e já havia me falado desses horrores. Agora entendo tudo :)
ExcluirDécadas de descaso com a educação + Concentração do controle de rádios e TVs + Valorização da "celebridade" em detrimento do artista = situação atual da sociedade
ResponderExcluirDepois de ler o seu post eu lembrei de uma frase do cartunista Arnaldo Branco: "Queria viver num país onde trash fosse só um subgênero".
E não que eu queira ser pessimista, mas dado o nível dos estudantes brasileiros no PISA (Programme for International Student Assessment - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), acho que vai ficar pior antes de ficar melhor.
Enquanto isso temos as unidades do SESC, alguns poucos bons programas de rádio e TV, e uma nova geração de músicos, muitos ainda fora da grande mídia, fazendo um trabalho muito bom. Celebremos o que tem valor!
Os tempos estão difíceis, Paulo. Mas quando é que eles foram fáceis mesmo?
Abraço,
Marcos Sousa
A tua primeira frase define tudo, Marcos - provavelmente é aí que começa a bagunça.
ExcluirÉ amigos, nossa situação cultural e musical nunca esteve tão ruim. O ditado popular atribui ao escritor Joseph Murphy a tenebrosa conclusão que "não existe nada tão ruim que não possa piorar" :)
ResponderExcluirO Marcos Souza já expôs os principais motivos de estarmos nesse estado e a atual pobreza musical/cultural, é apenas um entre tantos problemas sociais gravíssimos sem cura à curto prazo. E essa massa populacional citada pelo Paulo, apreciadora de conteúdo tão descartável e sem qualidade, abrange todas as etnias, credos e classes sociais, podem acreditar.
Dependemos de uma nova geração, com novas ideias e principalmente novos ideais, e verá resultados de médio a longo prazo quem ainda estiver por aqui.
Fico por aqui, descobrindo e redescobrindo "meu rockinho antigo que não tem perigo de assustar ninguém"...ou melhor, torcendo por material novo e bom que tire a massa desse pesadelo sem fim.
Marçal.
Joseph Murphy? Essa é a primeira lei dele, não? :)
ExcluirNão sei se é a primeira e fundamental lei mas sempre me pareceu ser realista.
ExcluirAh e "mulher rã" foi ótima KKKK
"Mulher Rã" não foi ideia minha. Vi essa descrição na internet e achei ótima :)
ExcluirGostaria que nosso povo tomasse outro rumo, um caminho mais produtivo sob o ponto de vista humano/espiritual (sem conotação religiosa). Trabalho com jovens, sou professor e pai. Percebo que os modelos que circulam são estes: celebridade instantânea, corpos bombados, dialeto de malandro, filhinho do papai/mamãe até 40 anos (o que para um jovem corresponde à eternidade), consumo indiscriminado... Aqui em SP ainda circula algo ainda mais perigoso: o referencial de bandido e poder ligado ao crime organizado. Diante do exposto, a lógica seria propor que "espero que os governantes façam algo pelo avanço de nosso povo...", mas ai está o erro. Ninguém faz nada por ninguém: cada um é responsável por si, para bem e para o mal. Não haverá um sujeito capaz de, num passe de mágica, melhorar a vida de todos. Tento influenciar aqueles que estão próximos, sobretudo meus filhos, mas a decisão cabe a cada ser.
ResponderExcluirÓtimo, Evandro. Acrescentaste o parágrafo que faltou no texto!
ExcluirPois é, triste a realidade, mas que bom que vc consegue se isolar disso tudo no seu dia a dia!
ResponderExcluirNão sei qual seria a explicação, se o problema é dessa geração de hoje, se é de alguém de cima que acha interessante incentivar essas pseudomanifestações pra distrair e emburrecer o povo que fica mais interessado em aparecer e ostentar do que se interessar na realidade... Mistério.
Mas tudo isso me faz lembrar daquela campanha publicitária da Kiss FM que é muito boa. Já viu? http://m.youtube.com/watch?v=QVMH5mZxjjI
Magnífica lembrança, Rafael. O Jaques Molina já tinha passado esse link no face. Acrescentei ao post :)
ExcluirÉ triste... Bom texto, na medida. Exceto pelo "é claro" no final, negativo pro Brian Johnson. :-)
ResponderExcluir:)
ExcluirEu gosto muito do Brian Johnson... Mas ainda prefiro o Bon Scott, Deve ser a mesma coisa com o Deep Purple e o Gillan/Coverdale, imagino.
Jack
ResponderExcluirO seu texto "rabugento"(rs...) é o sentimento de muita gente que não concorda com a situação da cultura brasileira. Esses dias eu estava falando com a minha esposa e lembramos que houve uma época que a música para criança era a Arca de Noé feito pelo poetinha Vinícius de Moraes, e quem fazia a trilha sonora dos disquinhos da Disney no Brasil era o Radamés Gnatalli. Por aí você vai vendo onde chegamos.
Hoje no Brasil alguém ter cultura, ler, se aprofundar em qualquer assunto é coisa de mané e o inverso é verdadeiro.
Contudo tenho um alento na autobiografia do Eric Clapton: "A cena musical como a vejo hoje é pouco diferente de quando eu estava crescendo. Os percentuais são aproximadamente os mesmos: 95% lixo e 5% puro." - Epílogo, pág. 394.
Por aí vemos que não estamos sozinhos...
E sim, quando voltei de viagem de Garopaba no final do ano fiquei uma semana entre Beatles, Led Zeppelin, BB. King, Sly Stone, Stones, Louis Armstrong, Rush...
Um abraço!!
Eu não me lembrava dessa citação do Clapton, Fabrício. Muito instigante...
ExcluirImagino que todas as épocas têm seus lixos, mas eu acho que o período que vai de 1958 a 76 nunca mais vai se repetir em termos de qualidade.
Ou, quem sabe?... :)
Onde assina embaixo?
ResponderExcluirÉ bom saber que não estou sozinho, sorte de quem tem tv a cabo e internet, mas já vi casos em que mesmo tendo estes recursos a pessoa acaba procurando algo fútil e inútil.
ResponderExcluirSim, imagino que milhares, talvez milhões façam o "filtro" ao contrário :)
ExcluirEngraçado , por esses dias eu vivi uma cena parecida.
ResponderExcluirMelhor dizendo igual aquela cena da lavagem cerebral do Laranja Mecânica.
Estava com meus amigos e estávamos conversando, e veja bem que sou o único sem ensino superior completo, eles são pessoas muito inteligentes e estávamos discutindo a situação da Ucrânia, depois sobre a lei de cotas raciais para concursos públicos da "Dilminha" e por algum motivo minha amiga , Carioca, soltou "lepo lepo lepo..." e eu perguntei "Que diabo é isso", todos me "humilharam" por não conhecer o tal lepo lepo...
Minha tarde se completou com o show de horrores que você descreveu. o pior de tudo é que eu vi o pior do pior, afinal, foi uma programação "custom" feitas pelos meus amigos no youtube...
Sabes aqueles momentos que se perda a fé na humanidade?
Mas sempre me lembro de uma pessoa que cantou "Com meus discos e livros e nada mais".
Uma situação dessas, com amigos, seria pior do que a experiência que passei, com certeza, Daniel. Tive sorte, então :)
ExcluirBelo post! Às vezes da vontade de sair do Brasil quando tu ligas a TV e só ver putaria, da até vergonha os pais assistir algo com filho em TV aberta, além de músicas incentivando o sexo e tratando mulher como lixo.
ResponderExcluirCara e difícil ser Brasileiro ser roubado descaradamente e não poder agir, além de ter que ouvir essas poluições sonoras, no meu blog às vezes critico bastante isso.
Obrigado, Gabriel.
ExcluirIsso porque nem pensei na política e corrupção que também assolam o país. Socorro! :)
Paulo, se ainda não conhece de uma pesquisada no som do blackberry smoke, esses caras mostram que ainda da pra fazer boa música nos dias atuais.....porém são exceção.
ResponderExcluirAbraco
Gostei deles. Parece uma banda que foi teletransportada dos anos 70 para agora :)
ExcluirTem uma outra banda que parece meio fora de época que um amigo indicou e curti muito. Radio Moscow o nome.
ExcluirFica um link com uma lista das músicas dos caras.
http://www.youtube.com/watch?v=gGgvV-csbkg&list=RDgGgvV-csbkg
Putz! Essa aí então, com aqueles slides psicodélicos, viajaram ainda mais no tempo. Foram direto para 1967! :))
ExcluirPaulo, como todos aqui, assino embaixo. Vim de Salvador pra Porto Alegre no longínquo ano de 2002. Com isso, "perdi" a explosão do "arrocha" (Sim, existe um sub-estilo do trash-trash-made-in-Brazíu com esse nome!) e do q se seguiu a isso. Eu achava q axé e pagode eram ruins, mas conseguiram piorar. E desde q me meti na "bolha musical gaúcha", onde o meu círculo de amizades tb não curte essas merdas, (graças a Deus) acabei sem conhecer o ponto onde chegou a involução musical brasileira. Parece piada, mas tomei conhecimento da maioria desses sucessos-de-cinco-minutos por meio dos meus amigos e conhecidos.
ResponderExcluirO q me dá esperança é q o rock é uma semente das boas. Desde q surgiu, já teve momentos de quase-morte (Disco music, como vc citou, o boom do axé, do pagode, da techno, do fúnqui-carioca, entre tantos outros), mas sempre consegue renascer, por mais lodo e merda q tenham jogado em cima dela.
Arrocha é foda! Ainda bem que eu nem sei disso, Sid! :)
ExcluirO rock nunca vai morrer com certeza. Mas que tá numa baixa danada, tá! :)
Eu li este post com uma imensa satisfação. Você lê algo que sintoniza com seu pensamento em gênero, número, e grau...daí vontade de ler novamente.
ResponderExcluirEu entendo perfeitamente pelo que você passou tendo ficado exposto a todo esse "lixo maquiado com perfume barato"
Eu senti isso faz uns 10 anos quando me mudei para um apartamento e a grana estava curta, e fiquei uns 4 anos sem Internet e TV a cabo. Tinha disponível apenas TV aberta e que ainda pegava mal, e pior, não pegava a TV Cultura (aqui em Sampa) que, confesso, assisto ainda mais que os canais de TV por assinatura nos dias de hoje.
Eu nem reclamo mais, nem ligo mais, pois hoje vejo adolescentes e até de nível universitário se deixando levar por todo esse lixo que vai matando as células do cérebro dessa molecada aos poucos...que posso fazer eu ? Se conseguir convecer meia dúzia de moleques a curit rock já estarei contente...
Lembro de um artigo que li na Internet pouco tempo atrás sobre candidatos a um determinado emprego aumentarem suas chances de ganhar a vaga por ouvirem rock...vale a pena ler, link abaixo...abrssssss
http://blogs.estadao.com.br/combate_rock/gostar-de-rock-comeca-a-pesar-na-avaliacao-profissional/
Muito legal, Viça! Li todo o texto e ainda fiquei mais uns 15 minutos lendo os comentários.
ExcluirNão tinha percebido isso, mas é fato - geralmente o roqueiro clássico é bem informado... Na pior das hipóteses sobre o próprio rock :)
Paulo, se serve de conforto, lhe conto um pequeno causo: minha filha (na época com 13 anos) era fan de Justin Bieber até que, por descuido, comecei a escutar "You shook me all night long" sem que o headphone estivesse conectado. Aquilo impactou a menina de tal forma que ela se tornou fan de ACDC quase que imediatamente e, de quebra, contagiou meu outro filho de 8 anos. Hoje eles são os maiores fans da banda que conheço. Hoje ela está com 15 e recentemente mostrei Led Zeppelin, Black Sabbath, Cream, John Mayer, etc. Não deu outra, a guria amou e isso não é um fenômeno isolado, pois ela compartilha o gosto musical com vários(as) colegas. Enfim, nem tudo está perdido, meu caro :)
ResponderExcluirA minha mais velha tem 9 anos e tá se decidindo entre "Violleta" da Disney e o ZZTop - pelo menos há uma luz no fim do túnel :)
ExcluirUma coisa q eu acho legal é a filha do Brett Kingman, aquele cara dos reviews do youtube, q volta e meia participa das coisas do mundo de guitarra do pai... deve ser uma sensação legal, transmitir essa paixão para os filhos... ainda não sou pai, mas imagino q deve ser gratificante.
ResponderExcluirTenho duas meninas aqui que só ficam perguntando para que preciso de tantas guitarras :)
Excluirkkkk... perguntar é fácil... difícil é responder... kkk... minha mulher me perguntou essa semana pq eu precisava de outra, se 3 guitarras não seria muito... :D :D
ExcluirDepois da oitava elas concluem que é caso perdido e desistem de reclamar :)
Excluirkkkkkkkkkkkk... essa foi uma pérola... vou guardar pra só mostrar pra minha mulher no momento oportuno, pq se mostrar agora ela vai ter um treco... kkkkkkk
ExcluirA tv mais educativa no momento (talvez a única) é a TV cultura, tendo conteúdo para o público infantil e adulto. E ela foi considerada a segunda melhor emissora de tv aberta do mundo.
ResponderExcluirhttp://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/tv-cultura-tem-2a-melhor-programacao-do-mundo-diz-pesquisa
Com certeza. Naquele feriado, inúmeras vezes parava na TV Cultura. Um oásis perto das outras.
ExcluirConcordo contigo em gênero, número e grau. Realmente esse culto atual a mediocridade nos canais abertos me faz pensar no que vamos deixar para nossos filhos :/ sempre utilizei a tv a cabo, internet, guitarras, músicas e outros pequenos prazeres justamente para me desligar dessa porcaria que se vê quando saímos de casa. Enfim, vamos esperar que um dia apareça uma galera com vontade de mudar as coisas, como ocorreu com o rock na década de 70 que, na minha humilde opinião foi a melhor para o rock e influencia até hoje muita gente, e melhore a situação né. Mas enfim, que Deus nos acuda.
ResponderExcluirConcordo 100% Leonardo! :)
ExcluirNão gosto desse rotulo "roqueiro" eu gosto de musica de varios generos, (OK, como a maioria daqui foi Rock que me fez gostar de musica).
ResponderExcluirO que eu acho mais ridiculo são alguns "roqueiros" pagando de "certinhos", que dizem que nao adianta criticar essa cultural atual.
Eu nao perco meu tempo tentando mudar a cabeça de alguem ja infectado com esse lixo, Mas pro meu gosto pessoal é uma cultura podre. Se ninguem move uma palha o cancer se espalha cada vez mais.
Pode me chamar de preconceituoso com sertanojo, (que alias vivem de "plagios" de musica internacional), Com funk putaria e qualquer merda derivada, desde de quando isso começou vulgarizar o pouco de cultura que ainda existia pouco tempo atras.
Alem do mais, eles tambem são preconceituosos, vivem chamando "roqueiros" de gays, só por deixar o cabelo crescer ou algo do tipo, futilidade desenfreada.
Dai a hipocrisia desses "moralistinhas" acaba quando a filhinha pre-adolesente usar um shortinho e começar rebolar o rabo no colo de um vagabundo.
O que acontece no país é uma inversão de valores desenfreada e alimentada por todos os lados. A mídia (seja ela tv, www, rádio, ou escrita), o governo corrupto sem investir em cultura e educação e o crescimento populacional nutrido de porcaria, faz com que vivenciamos um black time jamais visto. Também concordo com o colega Rafa Spikedrunk. Não gosto de ser rotulado como roqueiro. Gosto de rock e pronto! Mas o rock tem inúmeras vertentes e alguns estilos como o Black metal, heavy metal, radcore que eu não gosto. E a boa música não está somente ligada ao rock. Temos paz em nossos ouvidos com o blues, jazz, mpb, música cubana, música italiana, soul, funk americano entre vários outros. Acontece que durante a vida o gosto vai mudando. Vamos deixando de ouvir algumas coisas, mas nunca deixaremos de ouvir os clássicos (bandas e músicos) que não existirão mais. Agora a verdade é que, nem em outra vida, teria como gostar dessa porcariada toda que gira na cabeça vazia dessa moçada de hoje.
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