quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Amp Talk: Fender 65 Deluxe Reverb Reissue


Oscar Isaka Jr.

     Já faz algum tempo que queria escrever sobre esse amp aqui. Talvez um dos amps mais ouvidos em gravações de de Blues/Rock/Country desde os anos 60, o Deluxe Reverb virou um ícone do timbre Fender da era BlackFace. Sempre fui fascinado pelo timbre Fender BlackFace e o Deluxe Reverb sempre me soou a solução perfeita desse DNA em um combo com 22W. O post é um pouco longo, mas aqui vai ! :-)

O Deluxe Reverb é caro e difícil achar aqui no BR, mas dei sorte e o meu amigo Fernando da Musical World facilitou um bom negócio num reissue usado que pertenceu a um guitarrista de uma dupla sertaneja aqui de Ctba. Era dos modelos mais recentes que já vinham equipados com o falante Jensen C-12K (cerâmico) e nem pensei muito. Arrematei o bicho! O clean Fender estava todo lá, mas quando aumentei o volume pela primeira vez quase cai pra trás, soava maravilhoso no volume 6-7, com aquele "clean/crunch" Fender e uma dinâmica e explosão incríveis. Tocando mais com ele, percebi que essa era a única configuração que ele soava realmente bem. O clean puro era cristalino como deveria ser, porém as vezes meio magrelo e vítrico no canal "Vibrato" e sem sal nenhum no canal normal.

Novamente, em ambos quando plugada uma Strato e mandava ver no volume, o timbre e harmônicos estavam lá, mas comecei a notar que o "Super Clean Gordo" de Fender (a la Eric Johnson) não aparecia... Meu pensamento era de que eu conseguiria a riqueza do clean do Twin (quem já tocou num sabe que o timbre aparece com volume no 4 pra frente) mas com volumes bem mais moderados, considerando leves diferenças pelo POWER diferenciado. O que eu encontrei foi um crunch Fender ótimo e um clean bom mas meio magro. A grande verdade é que o DR sempre foi famoso em gravações de blues e country justamente por esse timbre "crunch" que ele atinge facilmente em volumes moderados. A 6V6 ajuda muito nesse ponto, pois é uma válvula que satura de maneira muito agradável. Então onde estava o clean cheio e bonito? Pensei até que minhas referências estavam erradas e que eu estava procurando algo no amp que ele não entregaria mesmo, tipo "como um clean de Twin reverb que tem 80W vai estar presente num amp de 22w?" Mas a resposta é que isso tudo estava lá, porém meio escondido... rsrsrs!


Claro que fui dar uma pesquisada na internet sobre as re-edições do Deluxe Reverb e de cara é possível achar opiniões similares às que eu tive, de que o timbre é meio anêmico e soa magrelo no clean e que encorpava e aparecia com bom volume. O legal dessas opiniões dos gringos (com os devidos filtros é claro) é que muitos deles comparam as re-edições com os amps reais da época, que ainda têm em bom número nos EUA, e desossam os modelos novos para replicar o timbre igual ao dos originais. Ainda bem que com amps isso é menos complicado, pois não tem nada de material orgânico (madeira) envelhecido/colado e quase tudo dá pra replicar com o que temos hoje.

O primeiro comentário geral lendo sobre o DRRI, é que a re-edição vem de fábrica com BIAS muito "frio", ou seja abaixo do ponto considerado "ideal" de operação das 6V6. Vale uma nota que o ponto "ideal" teórico pode variar de acordo com o gosto do freguês, mas via de regra o senso comum manda regular o BIAS em torno de 70% da dissipação total da válvula. A razão deduzida pelos gringos (nada oficial da Fender) para isso é que as 6V6 atuais não suportariam altas correntes como as antigas 6V6, e por isso a Fender teria alterado o transformador do DRRI e regulado o Bias mais frio, gerando esse som mais magro mesmo em baixos volumes. É tipo usar um Twin Reverb com volume no 1. O som não é RUIM, e tem bastante gente que usa o DRRI de fábrica feliz da vida e ama o bicho, mas não é o mesmo tipo de Clean que ouvimos na intro de "Manhatan" (exluindo aqui o Echoplex :-) ).

Pois fui eu me meter: o DRRI (Deluxe Reverb Reissue) tem um potenciômetro para fazer essa regulagem acessível pela parte inferior do chassis. O problema é que não tem um BIAS point pra espetar um multímetro e medir isso, por isso tive que comprar um BIAS Probe da EuroTubes. O meu é esse modelo da foto, simples para uso com um multímetro simples.



A leitura original estava em 14 mili-amperes. Experimentei algumas regulagens e realmente o comportamento do amp muda um pouco com alterações mais extremas. Levantando o BIAS para 28-30ma o som engorda bastante, talvez um pouco demais e notei que embolou um pouco o meio de campo. Interessante que com o BIAS muito quente, os médios ficam na cara e o amp realmente distorce mais cedo, mas o grave fica meio molenga também. Não curti muito. Com o BIAS perto do recomendado (consenso geral) 20-24ma o som ficou mais gordo que antes e sem embolar os médios como antes. Gostei e deixei assim.


Aqui um pequeno vídeo da EuroTubes, onde comprei o meu BiasProbe, de como proceder pra regular o BIAS. No vídeo ele usa um BiasProbe já com seu multímetro embutido, mas o principio é o mesmo. 

Com o ajuste de BIAS feito, já deu pra perceber uma melhora de uns 30-40% no som Clean que eu mencionei no começo. O Crunch continuava ótimo, mas o clean encorpou substancialmente os médio graves e os harmônicos Fender apareceram. Só com essa "mod" eu já havia conseguido o que eu buscava no começo, mas de tanto ler sobre TANTAS outras mods resolvi que ia experimentar mais algumas para ver no que dava.

Nota: Eu tenho um sério problema - não posso ler em algum lugar que uma MOD faz determinada coisa e aquilo fica muito melhor. Eu sempre acabo pagando pra ver e depois decidir se gosto ou não!! OCD, e não é o pedal... rsrsrs

Depois do ajuste do BIAS, a segunda mod mais popular era de cortar o capacitor de "Bright" no canal "Vibrato". Diferente do seu irmão maior (Twin Reverb) o Deluxe não tem uma chave "BRIGHT", então a Fender simplesmente implementou o BRIGHT no canal Vibrato do DR, e deixou o canal "Normal" sem nada. Isso é feito de maneira similar ao "Treble Bleed" na guitarra, com um capacitor retendo os agudos no pot de volume do amp, mas pra cortar isso eu teria que abri-lo e tirar o capacitor na unha.

Pois bem, resolvi que eu ia mesmo fazer a coisa (de novo OCD/TOK/DOIDERA...) peguei as informações, incomodei o Zeco (da Loja do Musico em Ctba que mexe nos tubos de muita gente aqui), me enchi de coragem e mandei ver - abri o amp e tirei o capacitor C10 (47pf), que de acordo com o esquemático, era o responsável pelo "Bright".

   

Aproveitei pra dar uma olhada geral na placa e construção do amp antes de fechar e ouvir o resultado. O pessoa estava certo, antes eu não conseguia passar de 3 no ajuste de agudos sem sobrar tudo e era difícil de ajustar o brilho "certo". Pensava que era o alto falante Jensen e sua fama, mas depois que removi o C10 tudo ficou bem mais controlável e agradável. Você ainda tem a opção de experimentar alguns valores menores se achar que a completa remoção foi demais, mas depois de experimentar um capacitor de 3.3pf e ainda achar que estava sobrando, a completa remoção foi o que mais me agradou.

Detalhe: Acesso ao pot de bias a diretia do chassis
Fiquei um tempo com ele assim feliz e contente, até que li um artigo da ToneQuestReport dizendo o quanto os transformadores da Mercury Magnetics transformaram o timbre de um Deluxe Reverb que eles restauraram, inclusive relatando como melhorara o som de um reissue que eles tinham. Como eu estava com uma viagem marcada aos EUA numa data próxima, era o que eu precisava pra me coçar de novo. Eu já sabia da fama dos Mercury, mas não são transformadores baratos (nenhum trafo é na verdade) então eu queria alguma certeza que isso seria um bom upgrade. Mesmo que efetivos, os mods que eu tinha feito até agora tinham custado nada além de trabalho e o ganho havia sido de certo modo marginal. O conjunto de trafos da Mercury para o DR, contendo Força, Reverb, Choke e Saída saia algo em torno de US500,00, mas o feedback geral (incluindo caras famosos como John Campilongo) era que a melhora era tanta que parecia outro amplificador depois da troca.



Troquei 3 e-mails com o Patrick da Mercury que me explicou atenciosamente a diferença das linhas , e depois de optar pelo ToneClone mandei vir os bichos. Pedi pro Zeco trocar e quando fui ouvir o amp, a diferença foi tanta que até me assustei. Parecia que a potência havia aumentado e a impressão era de que havia tirado o algodão de dentro do cone do falante. Tudo aparecia mais: mais agudos, mais graves, médios mais transparentes, reverb mais espacial enfim, tudo tinha melhorado. Não dava nem pra comparar as mesmas "settings" de antes, pois tudo mudou na resposta do amp. Eu ia gravar vídeos com o meu amp, mas não havia gravado nada antes das mods, então achei esses vídeos demostrando dois DRRI, um original e outro com os Mercury e ilustra realmente a diferença. É realmente outro amp, e as mesmas configurações já nem se aplicam mais :-)




Demorei umas 3 semanas pra entender e digerir a mudança. Nesse meio tempo procurei entender o pq de tanta diferença no som e acabei conhecendo a Smithers Audio e trocando uma ideia com o Leando, ele me esclareceu alguns pontos técnicos legais sobre trafos que de certa forma explicaram o por que notei tanta diferença dos Mercury pros Fender. Primeiro o lance de corte de custos, faz com que a Fender especifique os trafos pros seus amps no talo da tolerância, nem 1 pelinho a mais, fazendo com que tudo trabalhe sem folgas, ao passo que os Mercury são todos feitos com 50% além da especificação mínima. No caso do trafo de saída, o enrolamento, quantidade de ferro e tudo mais influencia no som e como o trafo interage com as valvulas de saída.

Agradeço publicamente ao Leandro da Smithers Audio pela atenção, e aqui transcrevo um pedaço do longo e esclarecedor papo que tivemos (ainda vou adquirir um trafo Smithers pro meu JCM 800 clone e conto pra vocês):


"...trafo de força você enrola o primário e depois o secundário por cima, pronto. No de saída se você fizer isso, o trafo não vai responder na faixa dos agudos, vai ter uma perda absurda de indutância entre enrolamentos, e uma alta capacitância esta que seria responsável pela perda de agudos. Quando você divide o primário/ secundário em várias camadas e intercala cada, você terá um melhor acoplamento indutivo entre camadas, reduzirá bastante a capacitância enfim a resposta melhora e muito! Para guitarras geralmente os fabricantes dizem que por a guitarra operar em uma faixa baixa de frequência, não há necessidade de várias camadas, o comum de se usar são 3 ou no máximo 5 camadas; (prim./sec/prim., este é exemplo de vários fabricantes inclusive da Heyboer, fornecedor da Fender hoje). O de 5 camadas (prim./ sec./ prim/ sec/ prim.) este é exemplo da Mercury. Os meus, eu faço no mínimo 7 camadas e o SM45 por exemplo, tem 9 camadas ( prim./ sec./ prim./ sec/ prim./ sec./ prim./ sec./ prim.) Eles ficam com a resposta de frequência bem similar aos trafos de Hi-Fi. Outra característica marcante na fabricação meus trafos (Smithers), cada camada de enrolamento, por exemplo, o primário terá 3 camadas seguidas, então cada camada tem o mesmo tamanho, com os fios juntos e com isolamento entre cada. São impregnados com um verniz próprio numa câmara a vácuo, isso proporciona um maior isolamento, o bobinado fica livre espaço vazio que poderia penetrar umidade facilmente, e também por ficar bem fixo, o trafo fica livre de entrar em ressonância com algum ruído, isto acontece quando a impregnação é ruim e o enrolamento começa a vibrar. O núcleo que uso também é de alta qualidade e G.O. sempre..."

Fez todo o sentido pra mim. Vejo o trafo de saída como um tradutor da energia das válvulas para energia que o falante precisa para produzir o som. Como explicado pelo Leandro, o trafo com menos capacitância devido ao enrolamento tem melhor resposta de frequências (lembram dos nossos dilemas com capacitaria na fabricação de captadores? :-) ). A resposta da melhora do meu DRRI com a troca dos trafos está em: 1) - o fato do trafo de força operar com um pouco mais de folga, fornecendo energia suficiente para cada válvula trabalhar livremente com os picos e tudo mais, e 2) - no design do trafo de saída, especificado com o enrolamento correto e calculado para maior transparência dos timbres. Uma explicação simples, mas que faz sentido.

Capacitores Orange Drop não fizeram TANTA diferença quanto os trafos

Depois disso ainda fiz alguns outros experimentos na sessão de ToneStack do amp testando algumas mods que fui lendo a respeito mas no final das contas voltei as especificações originais e me dei por contente. As mods todas foram legais em algum ponto mas alteravam o DNA original do amp que eu tanto gostava. Experimentei MUITA coisa, até instalar capacitares Orange Drop dos mesmos valores que tantos dizem que faz diferença mas não notei tanto assim. Acho que os trafos foram realmente o upgrade mais efetivo na melhora do timbre do amp!

Vale ressaltar que não sou AMP TECH e não tenho muito conhecimento de causa nos "porques" de cada uma das partes do amp. Fui experimentando, consultando e ouvindo cada modificação. Vou tentar explicar os conceitos conforme meu entendimento e se por algum motivo eu falar/escrever alguma bobeira e tiver algum técnico lendo, peço por favor que me avise e eu faço a correção.
Esse foi o único amp até agora que meti a mão pra modificar e não conheço muito dos outros. É importante também salientar que amps valvulados merecem um cuidado especial antes de sair metendo a mão nas entranhas, com o risco de tomar um choque um tanto "forte" (425V no caso do Deluxe Reverb) e é preciso saber como descarregar os capacitores de filtro de fonte antes. É importante dar uma boa pesquisada antes, perguntar pra quem sabe até se sentir confortável com o que está pretendendo fazer. A internet está recheada de boa informação nesse assunto, mas se você por qualquer razão não se sente confortável, não faça!! Leve ao seu Amp-Tech mais próximo Ok?


52 comentários:

  1. Eita, agora o assunto ficou pesado!

    Amplificadores Fender são demais!
    Pra quem gosta de som limpo/crunch de verdade, os Fenders são demais.

    Engraçado que sempre fui fã dos 'Peaveys Classic' e ontem fui ensaiar com minha banda e o reverb do 'PClassic 50' tinha morrido. Perguntei se tinha outro ampli e o cara me vem com um 'Fender De Ville Tweed 4x10', liguei minha tele e... Chapei.

    O Peavey morreu pra mim ali. kkkk


    Outro amigo tem um ampli Augusto Pedrone todo cheio de paranoias e capacitores específicos, mas quando a gente coloca o pedalboard antes, não dá pra perceber "a diferença" entre o ampli dele e um similar.

    E claro, hoje em dia, na minha opinião, em muitos casos é muito melhor fazer um ampli 'custom shop' do que comprar um de grife. O custo/benefício/problema compensa, e muito!



    Abraço,
    Arthur

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    1. Arthur, poe pesado nisso! Amp tem muita peculiaridade no timbre, muitas partes que influenciam no resultado final, mas aí é que está a beleza disso. Os maiores Boutique nasceram de caras que faziam mods nos modelos clássicos. Os Dumble por exemplo são Fender modificados... :-) As possibilidades são infinitas !

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    2. Oscar, amplificador é um assunto pesado demais pra mim! Meu transformador aqui da caixola já queimou faz tempo...

      Acho que podemos generalizar, pois pra mim, todos os Boutique Amps nasceram e ainda fazem somente modificações dos clássicos.

      Interessante sobre o Alexander Dumble é que os amplificadores dele era feitos especialmente para os músicos que o procuravam.

      Acho que foi o Robben Ford que disse que pegou emprestado o Dumble do Larry Carlton pra tocar e achou o ampli bem ruim, isto é, só funcionava nas mãos do LC. (Essa história pode ser contada ao contrário que mesmo assim dá no mesmo)

      Depois desse post, não sei porque, to olhando aqui pro meu Marshall com um desgosto danado....

      abraço!

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    3. Ah sim, perdão... As possibilidades são infinitas mesmo! :)

      http://www.guyfletcher.co.uk/images/cms/diaries/MK%202011%20studio%20diary/Some-amps.jpg

      abraço!

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    4. Arthur, pra mim também. Por isso eu disse que não entendo muito dos tech-talks por detras da coisa, só fui lendo e tentando implementar baseado em teste empirico mesmo. Quando vc fala em amp, desde o enrolamento do trafo, até o tipo do capacitor, passando por valvula, e até o falante tudo tem um universo próprio.

      Concordo e podemos sim generalizar, tudo nasceu (inclusive todos os britânicos) do projeto original do nosso amigo LeoFender. A partir daí o resto é história!

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  2. Fala Oscar,
    Legal o post e as tentativas e erros com esse clássico.

    Os kits Mercury eu já sabia que são ótimos, tem bons vídeos no youtube com demos deles instalados principalmente em amps Vox. O som dos amps mudam bastante, ganham muita definição e acabam as estridências.
    Novamente é tudo questão de gosto, tem gente que não abre mão do enxame de abelha que têm dentro dos Vox originais rsrsrs

    Quais falantes você acha que combinou melhor com o DRRI depois do kit Mercury?

    Seu JCM800 Clone é de algum fabricante nacional? Gosto muito desse Marshall também.

    Abraços.

    Marçal.

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    1. Valeu Marçal.
      Concordo com você. Durante a minha pesquisa li alguns relatos de gte que fez o upgrade pro Mercury e voltou pro original pois não gostou do resultado, rsrs questão de gosto mesmo.

      Com relação a falantes, além do Jensen Original, eu testei o Eminence GB128 e o Cannabis Rex e achei que o Jensen soou melhor dos 3. No entanto ainda quero testar mais 2 pelo menos que são meio unanimidade pro DR, o Texas Heat e o Swamp Thang.

      Meu JCM800 foi montado pra mim por um amigo baseado no esquema da Ceriatone. Fiz pra justamente testar algumas mods e poder brincar com ele. Já tem um som muito legal, mas sabe como é a "nóia" né? rsrs!! Ainda quero testar o trafo Smithers nele assim como alguns upgrades de capacitores e etc. Vamos ver.

      Abraço

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    2. Sou chato com isso, mas tenho minhas razões: experimente um falante Weber! Dê uma olhada na página deles e veja as características, o que mais lhe interessa dentro da proposta do amp! Eu acho um complemento ideal para amps com vibe vintage.
      Em relação aos trafos: relamente fazem toda a diferença do mundo! Quando comecei a modificar pequenos amps valvulados bem genéricos, como o Epiphone Valve Jr (que é vasicamente um P1!) pude comprovar a importância de um bom trafo de saída, por exemplo.

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  3. Hehehehe... você é muito louco e corajoso Oscar!! Valeu pelo post e parabéns parceiro!!!

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  4. Fazia tempo que queria perguntar para vocês: Usam seus amps diretos na nossa "bela" rede elétrica de 127V ou usam antes algum no-break, transformador ou algo do tipo?
    Considerando o padrão elétrico americano de 115V, já tiveram problemas com essa contínua sobretensão em algum amp?

    Marçal.

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    1. Marçal, discutimos MUITO sobre esse assunto já no finado Forum da Guitar Player. O Ideal deveria ser usarmos um VARIAC para ajustar a tensão nos 115V e etc e isso vale até nos USA mesmo que já li muito os gringos reportarem leituras de até 122v nas suas paredes. Eu mesmo nunca usei nada, sempre plugo direto na parede da minha casa (li 124v) e tranquilo. A única coisa que faço é ajustar o BIAS para a tensão levemente maior, mas fora isso nunca tive nenhum problema com meus amps.

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    2. Ja vi Variac em palco. Não lembro bem show de quem.

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  5. Questão respondida ;)
    Lembro sim que tinha bons tópicos no FGP a respeito. Pena eu não ter gravado o material para consulta futura. A grande maioria aqui realmente não muda nada, só plugam os amps na rede e usam. Outros, normalmente bons conhecimentos elétricos/eletrônicos, usam VARIACs ou qualquer solução caseira que iguale nossa tensão a recomendada pelo fabricante. Só perguntei para saber se vocês utilizam/recomendam algo diferente.

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    1. O que eu acho mais engraçado, é quando alguém compra um amp valvulado nesses moldes porque tem um "Puta Som" liga o equipo, frita umas frases e faz aquela cara cheia de orgulho!

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  6. Oscar, sei que o post não é sobre isso mas me surgiu uma dúvida que talvez você possa sanar, sobre os fios usados pra fazer a ligação elétrica da guitarra, o que você acha se eu usar aqueles fios coloridos de fontes de energia de PCs, são bons? Pode mudar algo no som? Agradeceria muito se você pudesse me ajudar nessa dúvida. Obrigado

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    1. Ricardo, pode usar sem problemas. Já vi soluções de escudos montados inteiramente com aqueles cabos fita. Eu pessoalmente acho meio difícil de trabalhar com eles e prefiro os fios com mais calibre, mas nada impede! :-)

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    2. Obrigado pela ajuda, o melhor blog de guitarra q eu ja vi. Parabéns

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    3. Obrigado você Ricardo! Volte sempre :-)

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    4. Era algo que eu estava a perguntar também. Eu estou querendo usar cabo flexível de uma via de cobre 0,75mm². Liguei um captador usando destes, fácil de soldar , fica na posição que você o põe, etc, estou pensando em refazer toda a elétrica de uma guitarra utilizando destes cabos. Tem alguma desvantagem se usar estes ao invés daqueles de bitola mais fina como vem dos fabricantes?

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    5. Nenhuma desvantagem até onde eu sei Marco.

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  7. Oscar, eu tenho um Peavey bem antigo que comprei pra fazer modificações e aprender um pouco, a verdade é que o amp deu um trabalho tremendo, mas aprendi muito!

    Depois de fazer algumas alterações, notei que ele soava razoável com overdrive mas o clean era feio, e não sabia o que alterar no amp pra melhorar isso, matei a charada no dia que resolvi gravar umas frases no PC usando o Sound Forge, em algum momento eu resolvi expandir o wave gerado e em mais detalhe foi fácil notar a distorção de cross-over, ela forma um degrau bem entre o fim de um semiciclo e o começo do outro, procurei na net informação e descobri que teria que regular a polarização das válvulas do power (bias).

    No lugar do trimpot do ajuste de bias havia apenas um resistor, retirei o resistor, conectei um potenciômetro com terminais, regulei até o valor desejado (se não me engano 35ma para 2 x 6l6 via resistor de 1 ohm), e coloquei no lugar do resistor antigo um novo resistor com valor próximo ao que o potenciômetro aferiu.

    Nesse momento o amp nasceu, o clean ficou perfeito, tudo ficou mais definido, resultado não mexi mais no amp e uso somente este até hoje e isso já faz uns 6 anos.

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    1. Eddie, esse é o tipo de conhecimento que eu queria incitar com o post. Digo, assim como as guitarras, existem coisas que podemos fazer com amps para que eles soem melhor e algumas vezes isso é como vc disse ( e como foi com meu Deluxe) ver o amp renascer. O BIAS é o ajuste primário para o AMP funcionar em sua plenitude e seu ajuste nunca é universal, pois a corrente de placa, que é a referência a ser usada para o BIAS, varia de acordo com a tensão vinda da tomada. Além disso as válvulas tem ganhos distintos e o BIAS deve ser ajustado (por nós ou um amp tech) de acordo com esse parâmetro também, a cada nova troca.

      É um assunto meio técnico e que assusta um pouco mas é bem importante para garantir o melhor desempenho do amp. :-)

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    2. Eddie, esse peavey antigo por acaso seria o Peavey Classic 30 modelo mais antigo?

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    3. Oscar, pois é, eu já vi amps gringos em lojas e de amigos, soando abaixo do que eu esperava, e depois de tanto tempo lidando com aquele amp "underbiased" eu memorizei a sonoridade da guitarra com distorção de crossover, e em vários desses amps eu apostaria um todinho que o problema é justamente este.

      Olha, pode ser até que alguém goste de desse tipo de distorção, mas neste caso seria legal usar um pedal ou efeito pra isso, assim mesmo eu dispenso, bom, pra quem não sabe o que é isso, veja a imagem abaixo:
      http://reviseomatic.org/help/s-push-pull/MOSFET_Push_Pull_Amp_XOD.gif

      A senóide vermelha é como a onda deveria ser, a azul é a senóide com os degrais entre os semiciclos.

      Oscar, mudando de assunto, esse lance dos capacitores Orange Drop imho é lenda, não que não existam capacitores ruins, existem aos montes, mas os usados pela Fender já são suficientemente bons e certas diferenças entre componentes eletrônicos só se nota com o volume no talo e quando todo o equipamento restante é de primeira.

      Outros parâmetros fazem pouca ou nenhuma diferença quando se trata de equipamento de áudio, existem componentes para trabalhar em alta frequencia de transmissores por exemplo, são mais caros e vão funcionar bem em áudio, mas é como atacar uma formiga com um missel teleguiado.

      Outro fator que pega ao trocar este por aquele componente, é a tolerância, em resistores por exemplo o cumum é 5% pra mais ou pra menos, o que é fácil de verificar com um multímetro comúm, o que ocorre com o capacitores é semelhante, assim sendo, pense em todos os resistores e capacitores trabalhando associados entre sí, e então substituo um desses por outro mais caro e 10% mais capacitivo, dependendo do ponto do circuito a diferença será mais que notável.

      Poderia ser um componente mais caro, mas também poderia ser um outro componente do mesmo saco, já que, se tenho 5% de tolerância, considerando capacitores de 100 nano, no mesmo pacote podemos ter capacitores de 90 nano e outros com 110 nano.

      Antonio Guerreiro, hehe, quase é um Classic VT, na época eu li muitos esquemas e me parece que era praxe da Peavey não por trimpot de regulagem de bias

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    4. Exatamente Eddie. Eu fiz pq já estava com o AMP aberto e queria ver/ouvir se teria algum impacto nesse caso. No caso desse meu Deluxe foi baixo, pra não dizer nulo, mas como eu disse, eu precisava testar ! rsrs

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  8. Olá Jr.
    Já tinha comentado sobre os vídeos que vi dos kits Mercury melhorarem bem amps Vox, mas só hoje assisti os dois vídeos que você postou com eles no DR.
    Achei um pouco injusto porque o falante Weber no amp moddado ajuda na mudança do som. E nos vídeos o kit me pareceu relativamente dispensável.
    Para mim, o DR original soou mais magro e abafado mas já bonito. Com o kit Mercury e o Weber, ficou mais claro, alto mas também mais cortante, criou uma certa estridência que não gosto.
    Enfim o ajuste no Bias parece ser mandatório para esse amp e depois se ficar ainda alguma coisa, talvez partiria para uma mudança maior.
    Até.

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    1. Marçal, esse é um ponto que alguns gringos também relataram , mas que depois ao instalar os trafos pude perceber a razão. Esses testes AB foram feitos com os amps nas mesmas Settings exatamente de Graves e Agudos, justamente para que se possa ouvir as diferenças. Acontece que quando troquei os trafos a ação da EQ também se alterou de maneira significante, ou seja um setting que antes soava bem não nescessariamente vai soar depois. Com os médios mais "claros" e o grave mais "seco" e sem embolar, a gte pode dar um empurrão de graves a mais de modo a preencher a cama pros agudos e consquentemente diminuir os mesmos pois não preciso mais aumentar agudos para definir. Acredite, essa "estridencia" que vc ouviu nas demos que eu postei pode ser remediada com um simples toque na EQ. Não tenho nenhum excesso no meu amp :-)!

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  9. Bom, se uma boa equalização consegue valorizar definição e clareza do som pós instalação do kit, então fechou. E pelo que entendi, mesmo depois do kit, você manteve o BIAS entre 20 e 24ma.
    Outra opinião: incrível como o Dr, tanto stock como moddado, casam bem com guitarras com aplicações tão diferentes. Ainda não sei se é o AMP adequado para as guitarras do teste, mas me cativou pela versatilidade. Sem contar o peso do som com o violino elétrico 7 cordas....

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    1. Sim, o kit de trafos nada tem a ver com a regulagem idela de BIAS, eles traduzem melhor o resultado produzido pelo amp e para que isso ocorra em sua plenitude, as regulagens tem que estar de acordo! :-) E sim, o Deluxe Reverb (assim como quase todo BlackFace) é um patamar estabelecido de timbre. Parece que tudo soa bem nele!

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  10. Nossa o conteúdo de seu blog é maravilhoso, até tenho um que fala sobre Guitarra, e sua diferença entre aprender violão , mas fiquei estasiada com esse blog você está de parabéns

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    1. Obrigado Ragiane! :-) O seu esta muito legal tbem, parabéns!

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  11. Olá, parabéns pelo texto.
    Tenho um DRRI e ele não se dá bem com pedais de overdrive em nenhum dos dois canais.
    Com esse ajuste do BIAS o amp fica mais pedal friendly?
    Abraços!

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    1. Moises, o ajuste de Bias deixa ele soando com um pouco mais de harmonicos e corpo e menos agudos talvez. Mas eu acho Deluxe Reverb um dos amps mais pedal friendly que existem. Tanto que muitos fazem demos de pedais nele justamente por isso.

      Duas mods que eu sugiro pra vc, é tirar o capacitor de bright no canal 2 e ajustar o BIAS. Já deve ajudar bastante! Ok?

      Abraço

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  12. Parabéns pelo trabalho prestado.
    Moisesmaster, o meu DRRI apresenta o mesmo comportamento que o seu.
    Você conseguiu sucesso com algum mod?

    Abraço

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Tudo bem, Victor? Sim, troquei o alto falante Jensen Italiano por um ET65 da Warehouse. Melhorou muitoooo. Mas é aquele negócio, cara.... com essa alta dólar fica meio inviável. Na época comprei até por um preço razoável porque não queria me desfazer do casamento como este grande amplificador. Valeu muito a pena. O Armando da "Armando Amplificadores" aqui de Brasília trocou para mim de graça,e na opinião dele (que é autoridade nesse assunto) esse alto falante é muito superior ao antigo Jensen. Além do Clean ter ficado muito mais cremoso, o amplificador finalmente ficou "pedal friendly". Não fica legal com distorções extremas, até por que não é caracteristica deste amp, mas tem se comportado maravilhosamente bem até com overdrives mais pesados.

      Abraços!

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    3. Obs, Victor: Também tirei o "bright cap", conforme o Oscar tinha sugerido na missiva acima.

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  13. Olá, Oscar! Tudo bem?
    Escuta, tava vendo essa questão do ajuste do BIAS das válvulas 6v6, vi o vídeo, mas meu inglês e conhecimentos de eletrônica são pouco recomendados, rs!
    Então, vi que ele liga o "biasprobe" com o amplificador desligado, em seguida dá uma ligada para dar aquela esquentada nas válvulas. Quando ele coloca a chave para fazer aquela regulada lá no potenciômetro, ele desliga o amplificador novamente ou o mantém ligado? Me pareceu fácil de fazer, sei lá, queria arriscar, rs! Se pudesse ilustrar um pouco melhor eu ficaria muito grato.

    Abraços!

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    1. Moises, mantém ligado. Você só consegue regular o BIAS com o amp ligado e não somente em Stand-by. É um procedimento simples e sem risco, desde que se tenha o Bias Probe e se saiba o valor que se precisa no multimetro :-)

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  14. bom dia,qual o nome desse cabo que regula as bias do amplificador valvulado,onde posso encontrar pra comprar o mesmo,abraços.

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    1. Chama Bias Probe Anderson. Eu comprei o meu na EuroTubes.com. Aqui no Br nunca vi pra vender.

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  15. Oscar, ninguém melhor do que um proprietário de um Deluxe Reverb 65 - mesmo que reeditado - para responder sobre o pedal da Boss que pretende simular este amp. Você já teve alguma experiência com o pedal Fender 65 Deluxe Reverb Amp?
    Abraço!

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  16. Ouvi dizer que o 65' não responde tão bem a pedais, que o 68'aceitava eles melhor, sabe se isso confere?

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    1. Eu tenho o 68 e tive o 65 e ambos respondem bem a pedais na minha experiência. As diferenças sao pontuais

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  17. Boa tarde, Oscar!

    Só uma dúvida rapaz: De posse do Bias Probe, é só encaixar conforme o vídeo e ir fazendo a regulagem no pot até uns 24Ma? Digo, é necessário fazer alguma checagem técnica em alguma coisa antes?

    Obrigado!

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  18. Olá Oscar,

    Você já testou o "Fender 65 PRINCETON Reverb Reissue" ?

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  19. Oscar, vi alguns mods que so trocam o trafo de saida, e trocam o falante janseJ por um G12 65. Você acha que só o trafo de saida daria essa melhora que você relata?

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    1. Andre, eu fiz varios testes com falantes além do trafo e cada um imprime uma característica, mas o principal responsável pela melhora eh o Trafo! :)

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