Oscar Isaka
A Empresa!
LPG: Primeiro de tudo muito obrigado pela presença aqui no
blog e pelo tempo. Como começou a Sollo? Da onde veio a idéia, "Vamos
fazer valvulados para guitarra"?
Sollo: Opa Oscar! É um grande prazer poder bater esse papo aqui
contigo, nós que agradecemos a oportunidade. A Sollo começou de um sonho, um impulso... éramos
engenheiros e na época já trabalhávamos com desenvolvimento de hardware de
ponta, em uma empresa de rastreamento veicular chamada Autotrac. Na época a
gente sabia muito de engenharia e quase nada de empreendedorismo, mas a
essência do que viria a ser a Sollo já estava ali: a busca incessante pela
qualidade, a busca por fazer as coisas direito (a Autotrac no ensinou muito
nesse aspecto!).
Com o tempo trabalhando juntos, nos tornamos grandes
amigos, e nessa amizade a gente conversava muito sobre trabalhar com alguma
coisa que a gente fosse apaixonado. Até que um dia o Renato me convidou pra
abrir a Sollo. Eu, claro, topei na hora! (ia ser fantástico pertencer a uma
empresa que estivesse envolvida com música \o/)
Quem já abriu empresa sabe que o início é sempre muito
difícil, a gente discordava de várias coisas... mas uma coisa sempre foi
unânime na Sollo: a gente faria amplificadores de nível mundial. O nosso plano
é (e já era na época) conquistar não só o guitarrista brasileiro mas também
guitarristas pelo mundo todo.
Hoje em dia, com a experiência que a gente tem, teríamos
feito tudo com mais planejamento e cautela. Mas a verdade é que aquele ímpeto
foi essencial para que o sonho não ficasse no papel para sempre.
LPG: Em nossas conversas iniciais me chamou atenção o fato
do Solo Mini8 não ter sido "baseado" em algum outro amp já existente.
Isso é relativamente incomum num mercado que há mais de 60 anos tem muito de
re-leituras e pouco inovações. Pode falar um pouco sobre isso? Como a Sollo foi
pensada no quesito mercado sendo que temos alguns outros nacionais já consagrados
até como Pedrone e etc? Como competir com tanta qualidade num mercado bastante
saturado?
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Sollo: O nosso plano nunca foi competir por um espaço já ocupado
pelos players que estão no mercado há tanto tempo... por isso sempre nos
posicionamos em um lugar de mercado diferente do “hand-maker”. Os grandes nomes
já conquistaram um espaço próprio no mercado e fizeram um ótimo trabalho para
estar lá, não vimos sentido em tentar lutar por esse espaço com competidores
que já estão há décadas se especializando em amplificadores hand-mades.
A gente resolveu ir por um caminho que tivesse mais a ver
com a gente mesmo, com o nosso DNA enquanto pessoas e enquanto empresa. É
importante entender aqui que lá no fundo da gente residem nerds de laboratório
que adoram calcular correntes e tensões em circuitos elétricos, hehehe.
Desenvolver projetos próprios era o nosso sonho na Universidade de engenharia
(o Renato é formado em Engenharia Elétrica pela UnB e eu sou formado em
Engenharia Mecatrônica e com mestrado em Sistemas Mecatrônicos, também pela
UnB). Surgiu naturalmente a vontade de criar amplificadores do nosso jeito, com
o nosso timbre e com os recursos que achamos essências.
Não pensamos nas outras marcas como competidores, na
nossa visão tem espaço para todo mundo se você souber se diferenciar. O lugar
que a Sollo busca é de qualidade de nível mundial mas com personalidade
brasileira. Nessa ideia, não só o nosso produto precisar ser de altíssima
qualidade como nosso atendimento tem que ser eficiente e ao mesmo tempo ter o
tempero brasuca: irreverente, caloroso e prestativo.
Isso é um ponto importantíssimo para entender a Sollo, a
qualidade dos nossos produtos é importantíssima, mas não é tudo. Nos
preocupamos muito com a experiência do nosso cliente, antes, durante e depois
da compra.
LPG: Falando dos amps, eu tive a chance de testar o Mini8 e
o Mini50 e de cara percebe-se que as diferenças vão além da potência. São
amplificadores com sonoridade distintas porém ambos tem um viés moderno onde os
timbres limpos são cristalinos e realmente limpos e o canal de drive fala bem
mesmo com ganho médio pra alto. Poderia falar um pouco do conceito de ambos e
como foi o processo de "CHEGAMOS, é ESSE SOM"?
Sollo: Cara, excelente pergunta! (e bem difícil de responder,
hehehehe)
Vou começar pelo processo de “CHEGAMOS, é ESSE SOM”. O
timbre em é muito uma questão de senso estético e referências de cada um, não
existe timbre certo ou errado. Sabemos o som que queremos e vamos atrás de
esculpir o circuito até chegar lá. Por isso é tão importante o fato de termos
um músico-engenheiro como projetista: você precisa saber onde quer chegar (músico)
e como chegar lá (engenheiro).
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Agora vamos aos amps: acho que você mesmo definiu muito
bem a estética geral dos nosso amps: canais limpos e cristalinos e drive
moderno com definição mesmo em alto ganho.
O Mini8 foi o nossos primeiro projeto, e nasceu para ser
nosso “pequeno e abusado”. O Mini8 nasceu para quebrar algumas ideias
consolidadas no mercado: amplificador pequeno não tem alto ganho, não tem loop
de efeitos, só tem um canal, equalização só por tone... Porque tem que ser
assim?
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Os mais recentes Mini20 e Mini50 nasceram juntos. Eles
mantiveram a identidade de timbre da Sollo, mas foram além: com 4 válvulas no
pré ao invés de 2 a gente teve novas possibilidades: mais grave, mais ganho e
mais controles (principalmente a equalização no canal limpo). Além disso, a
topologia do power mudou também para push-pull (Classe AB), o que deu a esses
amps uma característica ainda mais rock’n’roll. São amplificadores mais
encorpados e mais “nervosos”, com um timbre único.
- Os Mini20 e Mini50 tem equalização no canal limpo, o
Mini8 não;
- O timbre do Mini8 é mais macio (com uma pitada de
blues) enquanto o Mini20 e Mini50 tem um timbre mais pesado;
- O Mini20 e o Mini50 tem mais presença de graves e bem
mais recursos (saída de linha, boost de volume e redutor de potência).
LPG: Futuro? O que podemos esperar ainda da Solo nos
próximos meses?
Sollo: Novidades! E prometo que vão ser novidades bombásticas,
hehehehehe.
Estamos com dois projetos em fase final. Um é o já
anunciado amplificador assinatura do Marcelo Barbosa (que, como todo mundo sabe,
toca no Angra e no Almah atualmente), que vai ser um amplificador com a cara
dele: 100W de potência, 2 canais e um timbre pesado. Vai ser o amplificador
perfeito pra quem curte rock progressivo e metal.
O outro é um amplificador que tem como foco principal o
timbre (a qualquer custo). Vai ser o primeiro amplificador que vamos fazer
nessa linha, sem que estejamos concentrados no tamanho, peso, custo ou
potência, mas sim focando no timbre.
Foi um grande prazer poder participar dessa entrevista
com você Oscar! Espero que as perguntas tenham sido respondidas direitinho =D
Os Amps!
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Ótima matéria, é sempre bom saber de produtos/fabricantes nacionais; se eu puder dar uma sugestão, vejam os amps da AcedoAudio, são muito bons, mas eu sou suspeito, tenho dois (o 290 e o 296)!!!
ResponderExcluirParabéns pelo blog, cada vez melhor. Abraço.
Obrigado Rommel!
ExcluirEu já tive um Acedo 276, e hoje tenho um alien Revenge, minhas guitarras são equipadas com caps Sergio Rosar e Malagoli,mas quando adiquiri meu primeiro ampli e captador nacional senti um certo receio, porem hoje não restam dúvidas com relação a qualidade da maioria dos produtos que são fabricados no Brasil para o nosso seguimento.
ResponderExcluirEm geral são feitos por pessoas muito competentes e que amam o que fazem.
E nós ganhamos a cada dia com cada boa empresa que se abre.
Sucesso SOLLO....
A Sollo tem amplis para teste em Brasília?
Luiz, entre em contato com o Filipe e o pessoal da Sollo!! Eles podem te informar melhor se tem e onde teria.
ExcluirObrigado!
Parabéns por mais esse post excelente, Jr!!! Bem esclarecedor, como esperado. É esse pessoal teima em manter nossa GAS nas alturas, né? Hehehehe...
ResponderExcluirGrande abraço!
Oscar. Boa tarde. Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirQdo teremos a satisfação de ler um novo?
Abs
Obrigado Daniel! Logo voltarei a postar com mais frequência! Fique ligado! Abraço
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